Acabaram de sair daqui do quarto a Dra Juliana Folloni e o infectologista Dr Luis Fernando Aranha Camargo. Eles vieram trazer o resultado final da biópsia que foi realizada no fígado do Lucca na semana passada.Em discussão com o Dr Nelson Hamerschlak ontem à noite, o patologista que estava avaliando os fragmentos coletados informou que o único 'bicho' identificado é o ADENOVÍRUS.
Sim, o quadro de febres seguidas e acentuadas, e a hepatite (infecção no fígado) que foram identificadas no organismo do Lucca são, segundo os médicos e os exames, decorrência da ação desse vírus -- que, na verdade, é identificado nas fezes e no sangue do Lucca desde logo depois do transplante (leia também Exame de fezes indica presença de adenovírus mas quadro geral do Lucca melhora a cada dia).
Como comentei numa outra vez, os Adenovirus compõem um grupo de vírus muito frequentes e comuns na população em geral. Uma significativa parcela das pessoas, mesmo absolutamente saudáveis, apresentam adenovírus ao longo da vida sem maiores complicações. As infecções por adenovírus afetam a todos mas são mais freqüentes em crianças.
Os adenovírus, que existem sob mais de 40 tipos diferentes, são extremamente resistentes e têm uma capacidade contagiosa maior nos primeiros dias da doença leve. Contudo, a excreção persistente e intermitente pode durar por períodos mais longos, chegando a meses.
Os efeitos que esse vírus causa no organismo humano são gastroenterites (com vômitos, diarréia, dor abdominal e náuseas), conjuntivite, faringite, pneumonia e outras infecções de vias respiratórias superiores. Em lactentes pequenos e pacientes imunodeprimidos ou imunocomprometidos, o adenovírus pode causar hepatite e uma infecção disseminada, com risco para a vida do doente se não tratada de forma aequada e precoce.
Diante disso, os médicos que acompanham o Lucca discutirão numa reunião multidisciplinar agora às 13h quais as alterações que serão efetuadas no esquema de tratamento dele. A proposta que o Dr Luis Fernando levará é a de descontinuar o máximo possível os medicamentos antibióticos que Lucca está recebendo, principalmente dos antifúngicos (já que se confirmou que não se trata de infecção por fungo), bem como diminuir a imunossupressão. Ele vê com muito bons olhos a alteração que a Dra Juliana vinha conduzindo de substituir o Prograf (tracolimus) pelo Rapamune (sirolimus). Isso porque, além de prevenir os efeitos pós-transplante, ele tem também potentes efeitos antivirais.
Desde que começou a avaliar o Lucca no início do mês de junho, o infectologista aposta que o quadro que Lucca vinha apresentando era causado por vírus na região abdominal (fígado e intestino principalmente).
Um comentário:
Lú,
Estou torcendo muito por vocês, em especial pelo Lucca!!!
Muita força! Ele estará inteirão logo, logo!
Um beijo,
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