quarta-feira, 30 de março de 2011

Cirurgia bariátrica e metabólica é recomendada pelo IDF para pacientes diabéticos

Evento é endossado por 40 organizações internacionais, incluindo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM)

Termina hoje em Nova Iorque o II Congresso de Intervenção para Terapia do Diabetes Tipo 2. Uma das conferências mais esperadas foi realizada na segunda-feira, 28/3, pela Federação Internacional do Diabetes (IDF, na sigla em inglês).A maior autoridade organizacional do mundo sobre a doença apresentou uma nova posição para a utilização da cirurgia bariátrica e metabólica, com recomendações para a adoção desse procedimento.

A IDF reforça a importância da cirurgia bariátrica para tratamento de diabéticos com IMC acima de 35 kg/m² (obesidade moderada). Para pacientes com IMC entre 30 e 35 kg/m² (obesidade leve), a cirurgia pode ser recomendada para pacientes em que não seja possível controlar o diabetes com o tratamento clínico, principalmente aqueles que apresentam riscos cardiovasculares (hipertensão e doenças dos lípides).

O congresso traz uma atualização detalhada dos resultados clínicos da cirurgia bariátrica e metabólica, seus mecanismos de ação e suas implicações para a política de saúde pública. O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Dr. Ricardo Cohen, espera que as discussões promovam um maior entendimento da origem do diabetes e da obesidade. “Estamos testemunhando uma etapa histórica no desenvolvimento da cirurgia gastrointestinal para o tratamento do diabetes”, afirma o médico, que também é palestrante do evento.

Segundo Cohen, há uma tendência mundial de que o IMC deixe de ser o fator mais importante para indicação da operação e passe a ser a avaliação clínica do paciente e a gravidade de comorbidades como hipertensão e apneia do sono. "Novos estudos têm mostrado que a mortalidade não aumenta à medida que aumenta o IMC. Essa não deve ser a única ferramenta para determinar o tratamento", declarou ele ao jornal O Estado de S.Paulo.

Cerca de 10% dos pacientes diabéticos morrem, todos os anos, de doenças cardiovasculares de acordo com. Esse índice cai para 0,3% entre aqueles que passam pela operação. Cohen afirma, no entanto, que a cirurgia não é para todos. Apenas entre 5% e 10% dos diabéticos, diz, possuem uma resistência à insulina maior que a média e não respondem ao tratamento convencional. A cirurgia seria indicada nesses casos e para pacientes obesos que não conseguem emagrecer sem cirurgia.

Outros destaques do congresso incluem painéis sobre parâmetros para seleção de candidatos para a cirurgia, considerando a técnica ideal para cada paciente, e recomendações práticas para o cuidado pós-operatório. Também há mesas-redondas para discutir como implementar diretrizes que priorizem o acesso ao tratamento cirúrgico para pacientes com doenças associadas à obesidade e prática clínica, políticas sanitárias e pesquisas futuras.

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