O peso corpóreo ideal envolve fatores ligados, principalmente, ao bem estar físico, mental e social. Por isso, especialistas esclarecem que excesso de peso não é sinônimo de excesso de gordura e, de maneira contrária, existem os falsos magros, com peso reduzido na balança, mas com grande quantidade de gordura corporal.
Para se determinar quadros de obesidade ou peso ideal são utilizados métodos que envolvem a quantificação direta de gordura corpórea por meio de aparelhos sofisticados de densitometria corporal ou ressonância magnética. Entretanto, esses procedimentos são muito dispendiosos para se utilizar como método de rastreamento na população, ainda mais considerando a necessidade de repeti-los a cada nova avaliação clínica. A ciência busca, então, alternativas práticas e fidedignas para avaliar a adequação da quantidade de gordura corporal, como o Índice de Massa Corpórea (IMC) e o recém-utilizado Índice de Adiposidade Corpórea (IAC).
Há décadas tem se utilizado como parâmetro diagnóstico o IMC, calculado dividindo-se o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) elevada ao quadrado. Os índices superiores a 25 e 30, são respectivamente definidos como sobrepeso e obesidade. “O IMC se mostrou um relevante marcador do excesso de peso, especialmente em se tratando de grandes estudos populacionais, demonstrando correlação forte com o conteúdo de gordura corporal. No entanto, ele enfrenta limitações quando utilizado individualmente”, diz o dr. Luciano Giacaglia, endocrinologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Um outro método de diagnóstico foi proposto em março deste ano, em um artigo publicado por Bergman e Col. na revista cientifica Obesity, denominado Índice de Adiposidade Corpórea (IAC), baseado na altura do individuo e na circunferência do quadril.
Essas duas variáveis foram obtidas após se verificar que ambas correlacionavam a quantidade de gordura corporal de uma grande amostra de indivíduos afro-americanos. De acordo com Giacaglia, “de fato, este índice se mostrou mais fidedigno do que o IMC. Entretanto, devemos trazer algumas considerações sobre o mesmo. Obviamente, por não necessitar de uma balança, este método é mais simples e menos oneroso que o IMC, quando se leva em conta regiões remotas, onde a disponibilidade e confiabilidade das balanças não pode ser garantida. E isto é bem frisado pelos autores”.
O especialista explica que é preciso levar em conta também outros fatores na quantificação de gordura, como as diferenças estruturais entre homens e mulheres, na anatomia do quadril, que nem sempre dizem respeito a diferenças na quantidade de gordura. Inclusive, a circunferência do quadril sofre pouca modificação durante um tratamento de redução do peso, fato que torna o IAC insuficiente no seguimento terapêutico. Hoje, sabe-se que, além da questão estética, a obesidade abdominal é a que realmente se associa a riscos de doença cardiovascular, diabetes, doença de Alzheimer e diversos tipos de câncer. "A gordura localizada nas vísceras abdominais é melhor quantificada pelo cálculo da circunferência abdominal, e não pelo quadril", salienta.
Outra questão diz respeito à metodologia do tratamento aplicado de redução de peso associado a capacidade de redução do mesmo. Como por exemplo, o uso de diuréticos e laxantes levam a uma perda de água corporal, sem qualquer modificação do conteúdo de gordura, sendo portanto ineficazes e inapropriados no tratamento exclusivo da obesidade.
Fonte: Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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