Num dia realmente difícil de percorrer como hoje, por ver o Lucca tão abatido e debilitado, tive uma felicidade: a de ter podido contatar e falar com amigos muito especiais. Como falei antes, minha vontade era poder dar um beijo em cada um deles e de todos aqueles que também não consegui estar pertinho fisicamente. Muito provavelmente eles nem imaginam como foi importante a gente ter se falado hoje.
Aos que me ouviram, aos que me abraçaram, aos que me disseram palavras prudentíssimas, aos que me acolheram, aos que carregaram no colo e mesmo àqueles que continuam longe fisicamente..... MUITO OBRIGADA!
Assim como agradeço as mensagens lindas que recebi. Uma delas me marcou pela simplicidade, sutileza e por ir realmente direto ao ponto. Do mestre Vinícius de Moraes. Divido-a com todos nesse momento, a minutos de encerrar-se o Dia do Amigo...
"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos, nem percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis o que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme. Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto a minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas porque não os procuro com assiduidade, não posso dizer-lhes o quanto gosto deles. Muitos não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não o declare, nem os procure.
E, às vezes, se os procuro, noto que não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque fazem parte do mundo que, tremulamente, fui construindo e tornaram-se alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, ficarei torto para um lado. Se todos morressem, desabaria! Por isso é que, sem que eles saibam, rezo pela vida deles e me envergonho porque sei que essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem-estar. E talvez fruto do meu egoísmo...
Por vezes mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca saibam que são meus amigos!
A GENTE NAO FAZ AMIGOS, RECONHECE-OS.”
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