terça-feira, 2 de junho de 2009

Lucca pode estar com princípio de GVHD

A equipe médica do Dr Nelson Hamerschlak ainda não tem em mãos os resultados de todos os exames solicitados e colhidos ontem para que se possa afirmar qual a causa da febre que Lucca apresentou ontem e o levou a ser reinternado no Hospital Albert Einstein.

Uma das suspeitas é que ele tenha sofrido o efeito de algum vírus ou bactéria, transmitido talvez dentro de casa mesmo, já que minha filha Marcella, de 5 anos, de domingo para segunda, apresentou vários sintomas de virose (incluindo náuseas, vômito e diarréia) - leia também Lella pega uma virose e Lucca volta pro Einstein...

Há contudo uma outra possibilidade que os especialistas vêm aventando desde ontem: a de que Lucca esteja desenvolvendo os primeiros sinais de uma GVHD (Doença do Enxerto contra Hospedeiro, na sigla em inglês -- em português, DECH).

Essa é uma complicação que pode ocorrer após o transplante. Acontece quando as células transplantadas reagem contra o organismo do paciente receptor (hospedeiro), por meio da ativação dos linfócitos T (um tipo de leucócitos). As células T doadas reconhecem os antígenos do hospedeiro como estranhas.

Em transplantes alogênicos (doador externo) feitos a partir de células de medula, a possibilidade de ocorrência de GVHD é de 60%. Esse índice cai para cerca de 10% quando utilizadas células hematopoéticas do sangue de cordão umbilical (que foi o realizado no Lucca). Isso porque essas células, apesar de já não serem embrionárias, são ainda imaturas imunologicamente -- leia também DECH é a complicação mais frequente após o transplante de medula.

A GVHD (ou DECH) pode ser de dois tipos:
  • GVHD aguda: pode ocorrer após 100 dias do transplante; geralmente afeta órgãos como o fígado, pele e trato gastrintestinal, levando o paciente a apresentar náuseas, diarréia, dor e vômitos. É comum também a ocorrência de febre e perda de peso.
  • GVHD crônica: ocorre antes ou dentro de 100 dias do transplante; os sintomas incluem alterações cutâneas (pruridos na pele), keratoconjutivite, hepatite, queda de cabelo etc.

Exames que mapeiem a função do fígado, pulmão e pele podem ser feitos para diagnosticar GVHD. A avaliação da mucosa oral também é importante porque importantes sinais de incidência da doença podem ser verificados na boca do paciente recém-transplantado, tais como sensação de ressecamento da saliva, edemas, lesões e bolhas nos lábios, língua e gengiva.

Em geral, os efeitos desta da GVHD podem ser bem controlados. Mas é preciso cuidar adequadamente e de forma mais precoce possível, porque suas complicações, se não tratadas, podem levar à morte em 15-40% dos casos.

Estudos clínicos realizados deonstraram que a incidência da GVHD está relacionada também com a idade dos pacientes: pessoas com idade superior a 50 anos têm um risco muito mais acentuado de desenvolver a doença e sofrer complicações, enquanto que, em crianças e jovens menores de 20 anos, os efeitos são muito menores.

Tratamento
Normalmente, para tratar e controlar os efeitos da GVHD, os especialistas indicam medicamentos corticoesteróides de uso tópico (em forma de cremes e/ou pomadas para as lesões de pele, e líquidos para bochecho no caso das lesões na mucosa oral).

Um comentário:

Guilherme Andrade disse...

Como assim, Lu? quanta emoção junta! Dá um beijão no Lucca e nos teus outros dois pequenos por mim, tá? E um especial pra vc!