quinta-feira, 23 de abril de 2009

Lucca já tem uma grande maioria de células de sua doadora no sangue

Quanto mais células novas no sangue dele, reproduzidas a partir das que foram infundidas, maiores os indícios de sucesso do transplante e de sobrevida livre da adrenoleucodistrofia


Há cerca de uma semana, a Dra. Juliana Folloni solicitou o primeiro exame de quimerismo para o Lucca. Trata-se de um teste laboratorial realizado pela técnica de PCR, que permite avaliar a evolução de sua pega medular e também ter os primeiros sinais do total de células do doador no sangue do receptor, após o transplante.

Intencionava-se, com o transplante de medula, que o Lucca alcançasse o quimerismo completo (QC) -- 100% de células do doador em seu sangue –, o que indica sobrevida livre da doença, mais prolongada, e com menor risco de recaída hematológica pós-TCPH.
O resultado desse exame ficou pronto hoje. E, para nossa enorme alegria, trouxe uma porcentagem de 92% de células da doadora, e apenas 8% ainda de células do Lucca.

Essa diferença de números relatada hoje é inicial e ainda pode aumentar. E irá! É só nisso que quero pensar!


A IMPORTÂNCIA DO QUIMERISMO NO PÓS-TCPH
É crescente o número de transplantes alogênicos de células progenitoras hematopoéticas (TCPH ou TMO) para o tratamento de doenças benignas e/ou malignas, congênitas e/ou hereditárias, tais como os erros inatos, que é caso da adrenoleucodistrofia (X-ALD). Esse aumento decorre da melhor caracterização do sistema de hiscompatibilidade (HLA), isto é, da compatibilidade entre as células de medula do doador com as do receptor. E, também, dos avanços nas técnicas de imunossupressão e de acompanhamentos pós-transplante.

O sucesso do TCPH, portanto, depende do monitoramento adequado e precoce das células enxertadas, em especial quando são utilizados doadores não-aparentados – que foi o caso do transplante do Lucca. Está relacionado também à quantificação das células do doador no sangue do receptor, após o transplante – estudo feito sobre marcadores genéticos determinados antes da infusão e que são seguidos até e após a pega medular. A esse estudo, é que dá-se o nome de quimerismo.

No caso da adrenoleucodistrofia (X-ALD), o sucesso do TCPH (ou TMO) é tanto maior quanto mais completo for o quimerismo, isto é, quanto mais significativa for a presença de células do doador no sangue do paciente transplantado.

Para que um paciente diagnosticado com X-ALD receba a indicação de se submeter a um TCPH, ele deve apresentar características clínicas adequadas ao que está previsto nos protocolos de pesquisa já desenvolvidos, como, por exemplo, um baixo score de Loes -- que demonstra quão avançado está o processo de desmielinização das células nervosas causado pelo erro genético que decorre da adrenoleucodistrofia.

Em discussão com o Dr Nelson Hamerschlak em janeiro deste ano, o Dr Fernando Kok, um dos neurologistas mais experientes e especializados do mundo em X-ALD, que acompanha o caso do Lucca, comentou sobre não ter visto antes um caso em que a indicação do transplante fosse tão apropriada.

Com os 92% de presença de células da doadora no sangue do Lucca, ainda não chegamos ao topo que queríamos. Mas, deus do céu, falta muito-muito pouco. Usando a técnica de olhar apenas a parte cheia do copo, puxa, essa já é uma vitória sem tamanho!

Prá falar a verdade, o que mais temos são vitórias, muitas. Para comemorar, mas, principalmente, para agradecer.... Agradecer pelos médicos e toda a equipe que vêm cuidando do Lucca com um carinho e uma dedicação ímpares; pela oportunidade de ter chegado até aqui; pela recuperação e pelo estado geral de saúde do Lucca que segue super satisfatório; pelo amigos que sempre estiveram por perto, nos apoiando, nos carregando no colo muitas vezes.

Também pelos amigos novos que ganhamos (alguns que nem conhecemos pessoalmente); pelos nossos familiares; pelo discernimento que, bem ou mal, aos trancos e barrancos, mas que consegui manter nesses meses todos; pela proteção espiritual à qual acreditamos e a todas as demais em que nossos amigos acreditam e que, não tenho dúvida, também intercederam para o sucesso desse caso. Agradecer pelo amparo de Deus..... pelo amor..... pela saúde que permanece e para sempre brilhará no Lucca....

Agradecer pela vida, enfim!

Um comentário:

rqtlopes@hotmail.com disse...

minha filha é portadora de sindrome;leigh,depois d,tantasprocuraspor neurologistas,achamos o,dr;fernando kok foi muito dificil,para saber o diagnostico,masdeus é,tão maravilhoso,que no momento meu,mundo caiu,luto todos os dias,pela minha,filha e tenho,grande admiraçao,pelo dr fernando kok,que me tratou como,uma mae digna de ser tratada,saude para nossos heróis,ok a,medicina não faz,jesus cristo,pode todas as coisas,essa é aminha fé