quinta-feira, 23 de abril de 2009

"Farmácia" diminui mas ainda há vários medicamentos para serem tomados por via oral

Por um bom tempo desde que foi internado no HIAE, Lucca tomou uma quantidade grande de remédios -- chegaram a ser 30 por dia! Tanto que ele, surpreso com número, disse: "nossa, eu tomo quase uma farmácia inteira!".

De ontem prá cá, contudo, esse número diminuiu bastante. Mas, agora e mesmo depois que deixar o hospital, Lucca ainda permanecerá recebendo alguns medicamentos, todos de forma profilática, isto é, em caráter preventivo, para proteger seu organismo. São eles:

  • Zoltec® (fluconazol), contra infeções causadas por fungos;
  • Cipro® (ciprofluxacina), contra infecções causadas por bactérias;
  • Zovirax® (aciclovir), contra infecções por vírus (incluindo principalmente os vírus do herpes humano, Varicella zoster (VVZ), Epstein-Barr (EBV) e Citomegalovírus (CMV);
  • Bactrim® (sulfametoxazol + trimetoprima), contra a ação de um vírus respiratórios, em especial o que causa a pneumociste;
  • Norvasc® (amlodipina), anti-hipertensivo, para controle de sua pressão arterial;
  • Predisim® (predinisolona), corticóide que age na prevenção da rejeição às células de cordão infundidas e também tem a função de controlar o nível de cortisol de seu organismo (cujo descontrole está associado à Síndrome de Addison, que foi deflagrada por conta da adrenoleucodistrofia);
  • Sandimmun Neoral® (ciclosporina), o principal medicamento imunossupressor para prevenir contra a DECH (Doença do Enxerto Contra Hospedeiro);
  • magnésio, eletrólito que tem a função principal de manter o bom funcionamento do coração;
  • Losec® (omeprazol), para proteção do estômago (especialmente pelo alto volume de medicamentos que Lucca vem recebendo e que têm efeito direto sobre o aparelho gastro-esofágico.

Vale aqui um destaque especial à ciclosporina, pelo seu valor histórico. Essa droga mudou o cenário dos transplantes, possibilitando o retorno à prática – depois de anos abandonada por conta do alto índice de insucesso pós-transplante. “Com o uso da ciclosporina, ficou muito mais fácil o controle da rejeição dos órgãos transplantados”, atesta o Dr. Sérgio Mies, professor de medicina na USP e coordenador do programa de transplante de fígado do hospital Albert Einstein. “Até então”, acrescenta, “o índice de mortes e perdas de órgãos em transplantados era enorme, e a qualidade de vida dos pacientes era muito ruim”.

Hoje o cenário mudou. Mais do que isso: temos motivos para comemorar, mesmo com todas as dificuldades e entraves burocráticos que ainda ocorrem – e que estão sendo muito bem abordados na série “Transplantes, o Dom da Vida”, conduzida pelo Dr Drauzio Varella e veiculada na revista eletrônica Fantástico, da Rede Globo.

A ciclosporina foi desenvolvida pela primeira vez pelo laboratório farmacêutico de pesquisa Novartis (na época, Sandoz), a partir do isolamento do fungo Tolypocladium inflatum, habitante do solo. Trata-se de um imunomodulador específico com ação na inibição dos linfócitos T, um dos tipos de leucócitos que existem no organismo. A droga suprime as reações imunológicas do organismo do paciente que passou por um procedimento de transplante de órgão, reduzindo a probabilidade de rejeição. Segundo os especialistas, a maior vantagem é que ela não causa os efeitos colaterais indesejáveis de outras drogas usadas para esse fim.

CURIOSIDADE

O efeito imunodepressivo da ciclosporina foi descoberto em janeiro de 1972 por pesquisadores suíços coordenados pelo Dr. Hartmann F. Stähelin. Inicialmente, a droga foi estudada na prevenção da rejeição após transplantes de fígado, também na Europa. Seu uso foi subseqüentemente aprovado pelas agências regulatórias em 1983. Em 2009, a ciclosporina comemora 25 anos desde que começou a ser comercializada sob a marca Sandimmun®.

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RECADO IMPORTANTE

CUIDE DE SUA SAÚDE COM RESPONSABILIDADE! NÃO FAÇA USO DE REMÉDIOS TARJADOS, QUE EXIGEM PRESCRIÇÃO MÉDICA, SEM ANTES CONSULTAR UM ESPECIALISTA

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