De ontem prá cá, contudo, esse número diminuiu bastante. Mas, agora e mesmo depois que deixar o hospital, Lucca ainda permanecerá recebendo alguns medicamentos, todos de forma profilática, isto é, em caráter preventivo, para proteger seu organismo. São eles:
- Zoltec® (fluconazol), contra infeções causadas por fungos;
- Cipro® (ciprofluxacina), contra infecções causadas por bactérias;
- Zovirax® (aciclovir), contra infecções por vírus (incluindo principalmente os vírus do herpes humano, Varicella zoster (VVZ), Epstein-Barr (EBV) e Citomegalovírus (CMV);
- Bactrim® (sulfametoxazol + trimetoprima), contra a ação de um vírus respiratórios, em especial o que causa a pneumociste;
- Norvasc® (amlodipina), anti-hipertensivo, para controle de sua pressão arterial;
- Predisim® (predinisolona), corticóide que age na prevenção da rejeição às células de cordão infundidas e também tem a função de controlar o nível de cortisol de seu organismo (cujo descontrole está associado à Síndrome de Addison, que foi deflagrada por conta da adrenoleucodistrofia);
- Sandimmun Neoral® (ciclosporina), o principal medicamento imunossupressor para prevenir contra a DECH (Doença do Enxerto Contra Hospedeiro);
- magnésio, eletrólito que tem a função principal de manter o bom funcionamento do coração;
- Losec® (omeprazol), para proteção do estômago (especialmente pelo alto volume de medicamentos que Lucca vem recebendo e que têm efeito direto sobre o aparelho gastro-esofágico.
Vale aqui um destaque especial à ciclosporina, pelo seu valor histórico. Essa droga mudou o cenário dos transplantes, possibilitando o retorno à prática – depois de anos abandonada por conta do alto índice de insucesso pós-transplante. “Com o uso da ciclosporina, ficou muito mais fácil o controle da rejeição dos órgãos transplantados”, atesta o Dr. Sérgio Mies, professor de medicina na USP e coordenador do programa de transplante de fígado do hospital Albert Einstein. “Até então”, acrescenta, “o índice de mortes e perdas de órgãos em transplantados era enorme, e a qualidade de vida dos pacientes era muito ruim”.
Hoje o cenário mudou. Mais do que isso: temos motivos para comemorar, mesmo com todas as dificuldades e entraves burocráticos que ainda ocorrem – e que estão sendo muito bem abordados na série “Transplantes, o Dom da Vida”, conduzida pelo Dr Drauzio Varella e veiculada na revista eletrônica Fantástico, da Rede Globo.
A ciclosporina foi desenvolvida pela primeira vez pelo laboratório farmacêutico de pesquisa Novartis (na época, Sandoz), a partir do isolamento do fungo Tolypocladium inflatum, habitante do solo. Trata-se de um imunomodulador específico com ação na inibição dos linfócitos T, um dos tipos de leucócitos que existem no organismo. A droga suprime as reações imunológicas do organismo do paciente que passou por um procedimento de transplante de órgão, reduzindo a probabilidade de rejeição. Segundo os especialistas, a maior vantagem é que ela não causa os efeitos colaterais indesejáveis de outras drogas usadas para esse fim.
CURIOSIDADE
O efeito imunodepressivo da ciclosporina foi descoberto em janeiro de 1972 por pesquisadores suíços coordenados pelo Dr. Hartmann F. Stähelin. Inicialmente, a droga foi estudada na prevenção da rejeição após transplantes de fígado, também na Europa. Seu uso foi subseqüentemente aprovado pelas agências regulatórias em 1983. Em 2009, a ciclosporina comemora 25 anos desde que começou a ser comercializada sob a marca Sandimmun®.
----------------------------------
RECADO IMPORTANTE
CUIDE DE SUA SAÚDE COM RESPONSABILIDADE! NÃO FAÇA USO DE REMÉDIOS TARJADOS, QUE EXIGEM PRESCRIÇÃO MÉDICA, SEM ANTES CONSULTAR UM ESPECIALISTA
----------------------------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário