sábado, 8 de setembro de 2012

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: Mais de 80 mil pessoas já se declararam doadores no facebook

No primeiro mês de lançamento da parceria entre o Ministério da Saúde e o Facebook para incentivar a doação de órgãos, mais de 80 mil pessoas se declararam doadores. Lançada no dia 30 de julho, a funcionalidade permite que os usuários da mídia no Brasil - cerca de 40 milhões de pessoas - possam compartilhar esta decisão com amigos e parentes.

O internauta pode adicionar em sua linha do tempo a declaração de que é doador e compartilhar sua história, sobre quando, onde e porque decidiu tomar esta decisão. Assim como outros dados pessoais, o usuário também pode escolher com quem quer compartilhar, configurando em seu controle de privacidades. A informação sobre doação de órgãos poderá aparecer na linha do tempo do usuário e na descrição do perfil.


Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o número alcançado demonstra o poder das redes sociais de mobilizar pessoas que apoiam a causa. “Esta é mais uma ferramenta que contribuirá para a nossa campanha de incentivo à doação de órgãos. Precisamos fazer com que esta ideia seja multiplicada. No meu perfil, eu já informei, aos amigos e familiares, o meu desejo de ser doador”, conta o ministro.


Desde 2009, o Ministério da Saúde utiliza as redes sociais para se aproximar mais da sociedade, esclarecendo dúvidas, recebendo sugestões e trabalhando para aprimorar o Sistema Único de Saúde (SUS).


Registro - Em 2011, o Brasil bateu recorde ao registrar 2.207 doadores no Sistema Nacional de Órgãos – 63% a mais que em 2008. “Atingimos um patamar importante e, hoje, o Brasil é uma referência. Nosso País possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, 95% das cirurgias são realizadas pelo SUS, de forma totalmente gratuita à população. Por isso tivemos a iniciativa de criar esta funcionalidade para contribuir com o aumento, cada vez maior, do número de doadores de órgãos”, destaca o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Para expressar no Facebook o desejo de ser um doador de órgãos, basta ir na Linha do Tempo e clicar em “Evento Cotidiano”. Depois é preciso selecionar a opção saúde e bem-estar e clicar em doador de órgãos, selecionando depois as pessoas que terão acesso a essa informação. É importante ressaltar que isso não substitui o caminho legal que a pessoa tem de percorrer, pois é a família que decide se autoriza ou não a doação de órgãos.

Histórico - No dia 30 de abril, o Facebook anunciou a nova ferramenta para residentes dos Estados Unidos e Grã-Bretanha. No evento em que a funcionalidade foi anunciada, os representantes da mídia social destacaram o empenho para encontrar formas de contribuir com a sociedade e, como resultado, houve o crescimento de registros. Entretanto, a iniciativa do governo brasileiro foi pioneira ao buscar e fazer a parceria para mobilizar os usuários em prol da doação de órgãos.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Esclerose Múltipla tem maior incidência em jovens e adultos entre 20 e 40 anos

Segundo dados da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), quinze em cada 100 mil brasileiros são acometidos por essa doença que afeta o sistema nervoso central e provoca uma diminuição da capacidade de transmissão dos estímulos nervosos, atinge principalmente jovens e adultos com idade prevalente entre 20 e 40 anos. “Ao contrário do que se imagina, a esclerose múltipla é uma doença dos jovens, e não dos idosos”, explica o neurologista Getúlio Daré Rabello, do Hospital Samaritano.

As causas da doença ainda são desconhecidas. Os sintomas são variados, podendo ocorrer de forma isolada ou associadamente: vertigem, visão dupla e perda parcial ou total da visão, dores, diminuição da sensibilidade, problemas de coordenação motora, déficit motor e, em casos muito graves, devido a dificuldade motora, pode ocorrer até insuficiência respiratória.

Segundo o especialista, “a incidência da doença vem aumentando nos últimos anos, muito em função do avanço no diagnóstico com o exame de ressonância magnética, que possibilita visualizar as lesões”. Ele lembra que outro exame importante para a identificação da esclerose múltipla é o do líquido céfalo-raquidiano, que afasta a possibilidade de dezenas de outras doenças infecciosas e inflamatórias.

“Mesmo ainda não havendo cura da doença, os tratamentos também vêm avançando, permitindo que o paciente tenha uma vida normal, com surtos menos intensos e em menor quantidade”, afirma Rabello. O tratamento da esclerose múltipla contempla dois aspectos: a própria doença e, depois, suas consequências.

Avanços no tratamento
A ciência vem apostando nas drogas imunomoduladoras e imunossupressoras para tratar a esclerose múltipla. Como o problema é que o sistema que nos defende contra as infecções passa a atacar uma substância que existe no sistema nervoso central chamada mielina, medicamentos que tentam regular esta alteração do sistema imunológico podem ser utilizados. As drogas mais potentes e com eficácia maior normalmente tem um perfil de segurança inferior.

Os objetivos com o uso de medicamentos são diminuir os surtos, evitar acúmulo de lesões e retardar a fase degenerativa, que pode ocorrer progressivamente após a fase inicial, que é basicamente inflamatória. A escolha do remédio deve ser feita pelo neurologista, analisando fatores da doença e do paciente. Quando existe o quadro de “surto”, que é como são chamados os períodos de piora da doença, normalmente são usadas doses grandes de corticosteroides. Atualmente, nos casos refratários, pode ser feito um procedimento chamado plasmaferese.

Outra melhoria significativa no que diz respeito à Esclerose Múltipla é uma mudança na abordagem clínica com o desenvolvimento do conhecimento pelos profissionais, diferenciando tratamentos para os diversos tipos da doença.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Incor realiza neste final de semana mutirão para correção de Arritmia


Estima-se que até 20% da população tenha algum tipo de arritmia cardíaca, incluindo aquelas que levam à morte súbita. Trata-se de uma doença grave na qual a qualidade de vida do paciente é comprometida, podendo chegar ao ponto de ele perder totalmente a sua autonomia.

Calcula-se que a cada ano 212 mil pessoas sejam acometidas de morte súbita no Brasil, grande parte delas vítimas de arritmia cardíaca fatal. Embora este número de mortes repentinas seja impressionante (ele é superior às mortes causadas por diversos tipos de câncer e por origens externas, como acidente, assassinato, envenenamento, suicídio etc.), a arritmia cardíaca atinge um número ainda maior de pessoas que, mesmo sem correrem o risco de morte iminente, têm sua qualidade de vida comprometida, a ponto de se tornarem dependentes de outras pessoas até mesmo para dirigir um carro ou de se virem impossibilitadas de executar atividades simples, como dançar, ir a um shopping-center, viajar ou fazer exercícios. 



Esse é o caso de Aurileide de Lima, uma esteticista de apenas 25 anos que, embora tenha tido sintomas recorrentes da doença desde os 17 anos, só foi diagnosticada com arritmia cardíaca após ter se sentido mal na Festa de Ano Novo em 2011. “Por eu ser jovem e ter uma vida bastante agitada, acreditava que os sintomas (palpitação, tontura, falta de ar) eram causados pelo meu ritmo de vida”, conta Aurileide. Inconsciente do seu problema, ela corria sério risco. “Eu gostava de dançar e ir à academia, mas tive que parar tudo”, lamenta. 

Aurileide será submetida à correção total de sua arritmia, neste final de semana, durante o I Mutirão de Eletrofisiologia do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), para correção de taquicardia paroxística supraventricular (TPSV) pelo método de ablação por cateter com radiofrequência (veja ilustração abaixo).

Maria Craveiro, manicure profissional de 54 anos, também será beneficiada pela ação da equipe do Incor, que atenderá 24 pacientes, em dois dias de Mutirão. Assim como Aurileide, Maria teve diagnóstico tardio da doença (TPSV), embora sempre recorresse ao serviço médico, quando sentia o mal-estar. “Há seis anos, sempre que ia trabalhar, passava mal: me sentia sufocada, coração acelerado e muita moleza no corpo. Não conseguia andar. Então, passava no posto de saúde próximo ao trabalho para tomar remédio”, diz a paciente do Incor.
Foram necessários mais três anos de sintomas intensos até que ela fosse diagnosticada com arritmia, na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas, sendo encaminhada ao Incor para tratamento no ambulatório coordenado pelos doutores Denise Hachul e Francisco Darrieux.  Hoje, apesar de ter uma vida normal, (dança, trabalha, faz tudo), ainda tem crises de arritmia, mesmo com ajuda da medicação. “Mas estou confiante no tratamento”, diz Maria.
A ablação é o método no qual é feita a cauterização dos focos da arritmia. Para isso, utiliza-se a radiofrequência (uma forma de energia semelhante à usado no bisturi elétrico), por meio de cateteres.

Como a ablação é uma terapia efetiva na cura de 90% dos casos desse tipo de arritmia (a TPSV), a tendência é que esses pacientes tenham alta do tratamento no prazo de seis meses, durante os quais passam por consultas de acompanhamento, explica o médico Maurício Scanavacca, coordenador do Mutirão e diretor da Unidade Clínica de Arritmia e Avaliação de Marca-passo.

O especialista em arritmia e eletrofisiologia chefiará a equipe de 12 médicos (eletrofisiologistas e anestesistas) que farão os procedimentos ao longo do sábado (1) e do domingo (2), na maior ação desse tipo de correção já realizada no Incor.

A arritmia consiste na alteração do ritmo normal do coração, produzindo frequências cardíacas rápidas, lentas e/ou irregulares. A taquicardia paroxística supraventricular (TPSV) é um tipo de arritmia em que o coração sofre com aumentos súbitos de frequência (acima de 100 batimentos por minuto, quando o normal vai de 60 a 100 batimentos em repouso). É classificada como supraventricular porque o foco desse tipo de arritmia está localizado na parte superior do coração (átrios) e na região entre os átrios e os ventrículos (nó atrioventricular).

O sintoma mais comum da arritmia é a palpitação, mas podem ocorrer também desmaios, tonteiras, falta de ar, mal-estar, sensação de peso no peito, fraqueza, fadiga, entre outros. Confusão mental, pressão baixa, dor no peito e desmaios são indícios de que a arritmia pode ser grave, com risco de morte súbita inclusive.

A arritmia pode ser decorrente de diversas doenças do coração, como as que acometem as coronárias (infarto e suas consequências), as do músculo cardíaco (Doença de Chagas, miocardites, cardiopatia dilatada idiopática etc.) e as específicas do sistema de condução elétrica do coração.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Icterícia: o que é este 'amarelão'?


Um assunto não muito conhecido pela população leiga, mas que preocupa pais e mães, sobretudo os de primeira viagem é a icterícia, popularmente conhecida como “amarelão”. A icterícia acomete, principalmente, recém nascidos, sendo mais frequente nos bebês prematuros. 

O pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros alerta sobre uma série de quadros infecciosos, principalmente virais, que, acometendo a mãe durante o período gestacional, podem causar a icterícia, mas não só em recém nascidos prematuros. “É de extrema importância frisar e alertar aos pais que uma criança já grandinha pode também desenvolver icterícia, indicando um sinal de que esteja com alguma doença do fígado, ou do sangue, sendo importante o acompanhamento do médico pediatra”, diz o pediatra que atua na clínica MBA Pediatria.
 
O especialista explica que é preciso ter conhecimento de que na metabolização da hemoglobina (proteína presente nos glóbulos vermelhos que transporta o oxigênio do pulmão para os tecidos), sua molécula é quebrada, formando a bilirrubina. Esta, ao passar pelo fígado, sofre uma conjugação com outras moléculas, o que lhe permite ser excretada do organismo através das fezes e da urina. Se a produção de hemoglobina é muito alta, ou se o fígado apresenta problemas que o impeçam de conjugar a molécula, a bilirrubina se deposita nos tecidos, sendo que sua cor esverdeada permite que seja vista através da pele.
 
Autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses", o pediatra aponta que icterícia acomete mais o recém-nascido porque, durante sua formação, no estágio intrauterino, existe uma hemoglobina especial, conhecida como hemoglobina fetal. “Após o nascimento, com o início da respiração por via pulmonar, tais hemácias são destruídas em grande velocidade, iniciando-se a produção de hemoglobina adulta”. A grande quantidade de hemoglobina fetal se transforma rapidamente em bilirrubina e, se o fígado da criança não estiver ainda em sua maturidade total, ele não consegue processar toda a quantidade que lhe chega, sendo ela então depositada nos tecidos. “Quanto mais prematuro for o parto, assim como tanto menor for o tamanho do recém-nascido, maior será a probabilidade de ele vir a apresentar icterícia. É também mais alta sua incidência em partos cesáreos”, diz.
 
O tratamento da icterícia neonatal fisiológica -- imaturidade do fígado -- é feito com base nos resultados da dosagem das bilirrubinas. Em níveis mais baixos, submete-se a criança a uma fototerapia, na qual a criança é banhada por períodos longos com luz fluorescente do espectro azul, que tem capacidade de conjugar a bilirrubina, facilitando sua excreção.
 
Entretanto, se os níveis de bilirrubina estiverem acima dos parâmetros aceitáveis, ou com uma velocidade alta de  crescimento, há necessidade de se realizar uma transfusão sanguínea denominada exsanguineotransfusão, em que se troca todo o sangue com altos teores de bilirrubina, por sangues de doadores, com a finalidade de se evitar a impregnação da bilirrubina no tecido nervoso cerebral – clinicamente conhecido como kernikterus -, o que pode levar a graves consequências caso este processo seja desencadeado.
 
O médico reforça que a icterícia neonatal pode ser prevenida com um acompanhamento obstétrico mais de perto, com a chegada do final da gestação, no sentido de se conseguir que o parto seja o mais próximo possível das 40 semanas, quando o feto já tem uma boa maturidade. Deve-se também evitar os partos cesáreos, cuja opção deve ser somente em casos de risco materno-infantil.
 
O pediatra afirma ainda que existem outras causas de icterícia, entre elas a incompatibilidade sanguínea entre mãe e bebê. Neste caso, a mãe desenvolve anticorpos contra o feto, gerando uma icterícia patológica.
 
Outra causa é a obstrução dos canais de drenagem da bile, do fígado para o intestino, sendo esta icterícia provocada por bilirrubina conjugada, que não consegue ser eliminada, devido ao quadro obstrutivo, causando o amarelão. “Neste caso, o tratamento é cirúrgico, visando à desobstrução do canal”, completa o pediatra que tem mais de 40 anos de atuação em pediatria infanto-juvenil.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Células-tronco de dentes de leite revolucionam técnica de regeneração óssea


O implantodontista  Julio Cezar Sá Ferreira está desenvolvendo uma técnica inédita de regeneração óssea utilizando células tronco extraídas da polpa do dente de leite para reconstruir defeitos maxilares. O estudo, pioneiro no mundo,  é realizado em parceria com a geneticista russa Dra. Irina Kerkis, diretora do Laboratório de Genética do Instituto Butantã, e com os odontólogos Dr Sérgio Jayme e Dra Camila Oliveira, de  São Paulo.

Os pesquisadores descobriram que células tronco da polpa de dentes de leite, quando associados a biomateriais, fazem o osso crescer mais rapidamente, contribuindo para a reconstrução. Além disso, ainda diminuem o risco de rejeição e podem beneficiar a área de implantes dentários.
De acordo com Julio Cezar, a técnica poderá revolucionar toda a medicina regenerativa e a engenharia de tecidos. “Esse método pode permitir regenerar grandes defeitos ósseos com mais rapidez, custo menor e menos agressividade e sofrimento ao paciente, já que não será necessária a retirada de ossos de outras áreas do corpo para serem enxertados na área da perda óssea”, completa.

Pioneirismo
Essa não é a primeira vez que o Julio Cezar Sá Ferreira é responsável por uma revolução em sua área. Há 25 anos ele realizou o primeiro implante dentário do Brasil e, até hoje, o procedimento ajuda muitos pacientes a voltarem a sorrir e a mastigarem bem os alimentos.

O primeiro paciente a receber o implante teve todos os maxilares implantados em uma cirurgia com anestesia geral, que durou aproximadamente cinco horas e foi realizada com anestesia geral no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba. “Hoje, o mesmo procedimento é realizado em no máximo duas horas, com anestesia local e no próprio consultório”, conta o implantodontista, que finaliza dizendo: “apesar do benefício estético alcançado com os implantes ser muito importante para a imagem das pessoas, o maior ganho verdadeiramente é no que se refere à saúde geral promovida pela boa mastigação dos alimentos”.