segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Hospital do Coração, em São Paulo, realiza técnica menos invasiva para troca de válvula aórtica

Procedimento dispensa necessidade da abertura do tórax
O Serviço de Hemodinâmica do HCor – Hospital do Coração, em São Paulo, realizou o implante de 12 próteses para a correção de estenose aórtica em idosos acima de 70 anos, sem a necessidade da abertura do tórax. Esse é um motivo para grandes comemorações já que é bastante alto o risco do procedimento nessa faixa etária. E a estenose aórtica é uma das doenças cardíacas que causa morte súbita com mais frequência em pacientes idosos.

O procedimento é realizado pelo Heart Time do Serviço de Hemodinâmica do HCor. Considerada a melhor da América Latina, por reunir a maior experiência no emprego dessa técnica no país, a equipe é composta por intervencionista, cirurgião, cardiologista clínico, anestesista, ecocardiografista e médico da tomografia.

Segundo o cardiologista responsável pelo Serviço de Hemodinâmica do HCor, Dr. Eduardo Sousa, a Estenose Aórtica (EA) degenerativa é o estreitamento da abertura da valva que separa o coração da aorta, o que aumenta a resistência ao fluxo sanguíneo do ventrículo esquerdo para a aorta e todo o organismo. Essa doença é típica de pessoas idosas, sendo resultante do acúmulo gradativo de cálcio nos folhetos da valva. Por essa razão, a EA degenerativa inicia-se após os 60 anos de idade e não produz sintomas até os 70 ou 80 anos, e pode ser decorrente de doença reumática na infância ou com defeitos congênitos de nascimento, como a valva aórtica bicúspide.

“Com uma agulha, puncionamos a artéria femoral na virilha direita ou esquerda. Introduzimos um guia que vai até a aorta, para desobstruir a valva com um balão (parecido com o stent), que libera a válvula (prótese) que substituirá a valva que está danificada e com estenose”, explica Dr. Sousa.
O diagnóstico da estenose aórtica, para identificação da causa e determinação da gravidade, geralmente é feito após a constatação de um sopro cardíaco característico, que pode ser detectado pelo uso do estetoscópio, pela presença de anormalidades do pulso ou hipertrofia ventricular no eletrocardiograma.
“Qualquer adulto que apresentar tonturas, desmaios, angina do peito e dificuldade respiratória ao esforço provocados por uma EA grave deve ser encaminhado para a substituição valvar (cirúrgica ou percutânea), de preferência antes que ocorra uma lesão irreparável do ventrículo esquerdo. O tratamento precoce é importante, porque previne a morte súbita, que pode ocorrer tão logo surjam os sintomas mencionados”, esclarece Dr. Sousa.

Sobre a Estenose Aórtica
A estenose aórtica ocorre quando a área de abertura valvar reduz-se abaixo de 1,0 cm2. Esse estreitamento importante afeta o ventrículo esquerdo (VE), que passa a bombear o sangue contra uma grande resistência. Em virtude disso, surge a hipertrofia gradativa de suas paredes, o que, até certo momento da evolução clínica, compensa a situação. Porém, com a evolução da doença, as paredes hipertrofiadas do VE passam a ter uma irrigação sanguínea relativamente insuficiente, aparecendo a angina do peito e deficiência funcional, expressa por falta de ar. Além disto, com a progressão do estreitamento valvar, surgem, principalmente aos esforços, momentos de súbita má irrigação cerebral, causando tonturas, desmaios ou síncopes, situações que podem levar à morte súbita.

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