Antes de saber da adrenoleucodistrofia do Lucca, eu recebia, como a maioria das pessoas, com bastante frequência até, um monte de mensagens pela internet falando de crianças desaparecidas, pessoas doentes, pedidos de contribuição financeira etc. Confesso que sempre vi isso com certa resistência, reticente mesmo..... Acabava não passando pra frente a maioria delas, pra não incorrer no erro de incentivar práticas de spam*.
No ano passado, logo que soube da alternativa do transplante de medula pro meu filho, me vi diante do impasse: escrever ou não um email pedindo ajuda? Optei por redigi-lo. E enviar a todos os meus amigos e contatos próximos. Naquele dia, eu estava muito mal, quase perdendo a força, não conseguia discernir muita coisa. Só conseguia pensar em ser sincera e transparente -- ir direto ao ponto o máximo possível.
Felizmente, aquele email tocou muita gente, rodou o Brasil todo, o mundo também, numa super corrente do bem! E, digo sempre: nunca vou ter como agradecer todo o empenho, esforço e carinho de todas as pessoas que se engajaram comigo nessa minha luta -- muitas que até hoje nem me conhecem pessoalmente, mas que fizeram por atenção ao Lucca, por uma causa nobre.
De repente, ontem, abro meu email pessoal e me deparo com a mensagem de uma amiga. Também de forma bem direta, 'curta e grossa', ela conta na mensagem dela: "Gente, recebi esse e-mail de uma amiga, a namorada do Gabriel Buchmann, economista brasileiro que está perdido na África... ela pediu que encaminhasse este e-mail e peço que todos o encaminhem também!!! "
O assunto está na mídia. Eu já tinha visto várias matérias. Muitos já falaram sobre esse caso.
Normalmente, quando vemos coisas assim na televisão, até nos tocamos, nos sensibilizamos. Mas parece algo longe, distante, destas coisas que parecem que nunca acontecem com a gente..... E, de repente, o moço é namorado da amiga de uma grande amiga minha. Eu não tinha como me calar. Afinal, graças a amigos, e a amigos dos meus amigos, há um ano conseguimos movimentar, e muito, a prática da doação de medula óssea em todo o Brasil.
Assim, falar desse assunto do desaparecimento do Gabriel é um mínimo que eu posso fazer nesse momento. Já conversei com vários jornalistas amigos e colegas de profissão. E tomo a liberdade de pedir, mais uma vez, que vocês todos se juntem a mim nessa outra corrente do bem.
Vejam abaixo os principais trechos do email escrito pela namorada do economista.
Essa é a história de Gabriel Buchmann. Gabriel é um economista brasileiro de 28 anos que está perdido desde sexta da semana passada no Monte Mulanje, no país Centro-Africano do Malawi, um dos países mais pobres do mundo. Precisamos de ajuda para manter o assunto na mídia e garantir a continuidade do apoio governamental. Explicamos como no final do e-mail.
Ao longo do último ano, Gabriel Buchmann viajou por dezenas de países na Ásia, Oriente Médio e África. Sempre com poucos recursos, a base de carona e com a ajuda de pessoas locais. Sua intenção era conhecer o mundo, suas belezas, suas dores, seus erros, a pobreza, a injustiça dos homens contra a natureza e contra seus semelhantes.
Gabriel é um economista brilhante. No vestibular, foi primeiro lugar geral na Puc-Rio. Na faculdade, fez duas graduações: em Economia e Relações Internacionais. Ao longo da faculdade ganhou 2 bolsas para estudar na Europa, na Science-Po francesa e depois na Universidade de Madri. Voltou ao Brasil para completar sua monografia, em reforma agrária. Depois, iniciou o mestrado na própria Puc-Rio, defendendo a dissertação sobre a interação entre educação, fertilidade, e o sistema político do país.
Ao terminar o mestrado, ingressou no centro de políticas sociais da FGV onde trabalhou na avaliação de diversos programas do governo. Essa seria sua preparação para o seu doutorado em economia da pobreza, na Universidade da Califórnia.
Antes do doutorado, Gabriel falou que precisava entender a pobreza mais de perto, e essa foi uma das suas razões para sua viagem à Ásia, Oriente Médio e África. Não que ele não a conhecesse. Ainda na faculdade, embarcou num avião do correio aéreo nacional para a Amazônia, onde subiu o pico da neblina e conviveu nas comunidades pobres locais.
Abandonou o verão do seu Rio de Janeiro para passar meses em cidades do sertão nordestino, onde fazia questão de ir às cidades mais pobres e se hospedar na casa das pessoas humildes da região. O seu interesse era a vida deles, os problemas deles.
Para Gabriel, a estrada é conhecer e viver. Esse é um trecho do e-mail que ele escreveu no dia primeiro de junho (veja mais no blog http://ajudegabrielbuchmann.blogspot.com/):
'mas o melhor de tudo é que aqui na África to conseguindo por em pratica a viagem que sempre idealizei...hoje ficarei em hostel pela segunda vez desde que pisei no continente, todos os outros dias dormi e comi na casa de locais, gastando uns 2-3 dolares por dia, o que me permitiu a cada dia distribuir meu daily budget entre as pessoas que me hospedaram, alimentaram, etc...to muito feliz com isso, de conseguir estar vivendo grande aventuras e realizando uma viagem de profunda imersão no continente africano, absolutamente não turística, e de forma totalmente sustentável, transferindo 80% dos meus gastos pra africanos pobres... e aqui com quase nada vc faz uma substancial diferença na vida das pessoas...esse amigo meu congoles, por exemplo, com 12 dólares paguei o aluguel mensal da casa da família dele, esse menino com 40 dólares garanti um ano escolar pra ele numa escola super legal...'
'mas o melhor de tudo é que aqui na África to conseguindo por em pratica a viagem que sempre idealizei...hoje ficarei em hostel pela segunda vez desde que pisei no continente, todos os outros dias dormi e comi na casa de locais, gastando uns 2-3 dolares por dia, o que me permitiu a cada dia distribuir meu daily budget entre as pessoas que me hospedaram, alimentaram, etc...to muito feliz com isso, de conseguir estar vivendo grande aventuras e realizando uma viagem de profunda imersão no continente africano, absolutamente não turística, e de forma totalmente sustentável, transferindo 80% dos meus gastos pra africanos pobres... e aqui com quase nada vc faz uma substancial diferença na vida das pessoas...esse amigo meu congoles, por exemplo, com 12 dólares paguei o aluguel mensal da casa da família dele, esse menino com 40 dólares garanti um ano escolar pra ele numa escola super legal...'
Malawi era o último país que ele iria visitar. Dia 28, estaria (está!) com viagem marcada de volta ao Rio. Gabriel já está desaparecido há uma semana, mas em 1994 um Malawiano passou 3 semanas sozinho no monte, sendo encontrado numa trilha após ter desmaiado de fome. Houve ainda outros casos de resgate. NOS AJUDE A MANTER A CHAMA ACESA!
COMO AJUDAR
É preciso manter o assunto na mídia! Para isso, use sua imaginação e esteja livre para ajudar da forma como achar melhor. Aqui vão algumas sugestões:
a) Dê forward desse e-mail para o maior número de pessoas que puder. Essa é uma corrente do bem.
b) Mande e-mails para jornalistas e bloggers. Temos que divulgar na imprensa e nos meios digitais. Em vários jornais, colunistas colocam seu e-mail ao final da coluna, peçam para eles para falar do assunto!
c) Coloquem o link em seu twitter, facebook, MSN. Nosso Twitter é ajudegabriel.
d) Comentem as notícias que aparecem na mídia! É fácil achar na uol, no globo.com, em vários portais.
COMO AJUDAR
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a) Dê forward desse e-mail para o maior número de pessoas que puder. Essa é uma corrente do bem.
b) Mande e-mails para jornalistas e bloggers. Temos que divulgar na imprensa e nos meios digitais. Em vários jornais, colunistas colocam seu e-mail ao final da coluna, peçam para eles para falar do assunto!
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