sábado, 27 de junho de 2009

Emoção à flor da pele em ritmo de São João

Os últimos dois dias foram especialmente difíceis por aqui... O Lucca estava muito chateado porque se aproximava o dia da festa junina da escola. A mesma que ele, lá atrás, tinha colocado em sua listinha de coisas que ele queria muito fazer quando recebesse alta da Unidade de TMO do Einstein.

O sábado estava chegando. E, a cada dia e a cada febre, Lucca mesmo sabia que não poderia ir. E que teria de adiar essa sonho, essa vontade. Das lágrimas que saiam dos olhinhos dele, eu não conseguia processar quase nada. Quanta frustração pra ele, maior a frustração em mim.

Eu só queria poder confortá-lo. Nem que fosse um pouquinho. A gente já vinha conversando bastante sobre isso. E sobre o fato de que, se ele não pudesse estar na escola hoje, era porque isso seria o melhor prá ele. Ok, ele não iria -- já sabíamos disso. Mas daí fizemos nosso cmbinado: faremos uma festa maneiríssima prá comemorar seu aniversário -- sim, ele completa 9 anos no dia 12 de juloho, logo, logo.

Propus fazermos sob o tema FESTA JUNINA! Isso mesmo! Um arraial típico, com barraquinhas de doces, salgados, pipoca, churrasquinho, pé-de-moleque, pescaria, tiro ao alvo e até quadrilha caipira -- por que não?!?!?

Ainda não sei como vou fazer isso -- só sei que vou fazer! Vou dar um jeito! Me prometi isso e ao Lucca acima de tudo!!

Isso o animou muito. Tanto que temos várias conversas agora sobre os detalhes dessa nova festa. A mais recente foi pra falarmos dos quadros que ele pretende pintar especialmente para vender lá.


E o que temos?
Temos que o tal sábado chegou. Lucca amanheceu mais conformado por não porder participar da festa. Mas ainda deixou rolar alguns suspiros e choramingos, sentidíssimos: "eu tô tomando os remédios como os médicos me pedem. Eu até tô comendo como todo mundo me pede. Eu sou bonzinho, mamãe. Eu rezei tanto pra Deus me deixar ir na festa junina.... Mas mesmo assim eu não fico bom, a febre não passa.... Eu só queria ir na festa, ver meus amigos, brincar com meus amigos nas barraquinhas, mamãe. Eu só queria ver meus irmãos dançarem, sabe?!", me disse ele.

E o que eu disse?? NADA!
Não havia o que dizer. Não tinha como dizer. Eu mal podia falar. Mal podia me aguentar em pé, inteira, diante daquelas palavras dele.... Só fiz abraçá-lo, apertado, fazendo das dele as minhas palavras. Fazendo dos desejos dele as minhas maiores angústias e metas. Pedindo a Deus que isso acabe, que tudo volte ao normal, que meu filho possa voltar prá casa logo!

Que difícil....... Estou cansada. Estou triste.

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