sexta-feira, 15 de maio de 2009

Mulheres paulistas acima dos 40 anos poderão fazer mamografia gratuitamente pelo SUS

Exame é o mais importante para detectar o cãncer de mama, doença que mais mata mulheres no País


A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo aceitará até hoje, 15 de maio, inscrições de mulheres com mais de 40 anos interessadas em participar do Mutirão de Mamografia e em fazer o exame gratuitamente pelos postos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Dr Sergio Simon, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, a mamografia é o teste mais importante, eficaz e eficiente para prevenir-se contra o câncer de mama, que é a principal causa de morte entre pessoas do sexo feminino. Mas que, se detectado em estágio inicial, tem chances de cura de até 95%.

A mulher que se increver no programa até o final deste sexta-feira será encaminhada para a unidade de saúde mais próxima de sua residência. Mas, atenção: para agendar o exame, é preciso ter um pedido por escrito feito por um médico da rede pública ou particular. [Clique aqui para ver os endereços e os telefones onde é possível agendar o exame].


Polêmica
No final do mês passado, o Governo Federal aprovou a lei nº 11664 -- ação que foi muito comemorada pelos médicos e entidades que lutam pela conscientização contra o câncer de mama no Brasil. Isso porque a nova medida visava garantir a gratuidade para a realização de mamografias nos postos públicos de saúde de todo o país em mulheres com idades acima de 40 anos.

Contudo, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), houve um erro de interpretação do texto e, portanto, nada mudaria: a faixa etária eleita para receber o atendimento de forma gratuita a cada dois anos continuaria sendo dos 50 aos 69 anos -- intervalo em o câncer tem maior incidência.

Fato é que a redução dessa idade mínima para 40 anos favoreceria muito cerca de 31% das brasileiras que nunca se submeteram à mamografia, a maioria delas que depende do SUS, segundo pesquisa DataFolha encomendada pela Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), que ouviu mais de 1800 mulheres de 35 a 65 anos de idade em 17 capitais brasileiras.

A Pfizer, companhia farmacêutica multinacional, também desenvolveu um estudo que demonstra outra questão alarmante: as mulheres não cuidam da saúde como deveriam. Foram entrevistadas 320 mulheres em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador, das quais 200 eram portadoras de câncer de mama. A maioria delas disse acreditar que o estresse é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Embora 93% freqüentem um especialista pelo menos uma vez por ano, apenas 29% afirmaram que fizeram a mamografia quando o médico solicitou.

“Durante muito tempo, passou-se a idéia de que o autoexame era suficiente, mas os estágios iniciais da doença só aparecem na mamografia”, disse a atriz Maitê Proença, que é uma das madrinhas de uma campanha de mobilização e conscientização lançada recentemente pela Femama.

Para a mastologista Maira Caleffi , presidente da entidade, “quanto mais cedo as mulheres chegarem ao diagnóstico de um eventual câncer de mama, maiores serão suas chances de cura”, explica.

Mas os especialistas alertam: de nada adianta assegurar o direito à mamografia sem garantir as condições necessárias para o exame e principalmente para o tratamento, se ele for indicado. De fato, o sistema como um todo precisa funcionar adequadamente. As pacientes não devem enfrentar as grandes dificuldades para agendar o exame que já são vivenciadas por pacientes mais velhas. E o tempo para que uma eventual cirurgia ocorra também não pode se alargar por muito tempo.


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