Acabamos de voltar do ambulatório do Einstein, onde Lucca fez sua consulta de rotina pós-transplante. Tivemos de ficar até mais tarde só porque chegamos lá mais tarde também. Afinal precisamos voltar ao cartório e autenticar, todos de novo, os documentos que o hospital precisa para importar um dos medicamentos que Lucca tem que tomar (os mesmo documentos que já haviam sido providenciados mas que foram roubados junto com o carro no último sábado..... ninguém merece!....).
Com isso, chegamos ao hospital por volta de meio-dia e saímos de lá antes das três. Foi mesmo só o tempo de colher amostras de sangue (para os exames de checagem de leucócitos, neutrófilos etc., e também dos eletrólitos) e aplicar a última dose do tratamento endovenoso para tratar o adenovírus identifcado há algumas semanas em suas fezes.
Exames
Felizmente, todos os resultados vieram super satisfatórios. Hoje são 3200/leucócitos, dos quais 2128/mm3 são neutrófilos. Também estão bons os níveis de glóbulos vermelhos que, dias atrás, nos deram um baita susto quando cairam significativamente por conta de um processo de hemólise que levou à terceira reinternação do Lucca.
Mas a melhor notícia de todas nesta quarta foi, sem dúvida, o total de plaquetas: o hemograma apontou 23.000/mm3, três mil acima do limite mínimo necessário -- apenas 6 mil a menos do que o resultado computado no exame de dois dias atrás.
Embora a 'pega medular' do Lucca tenha ocorrido em 15/4, a nova medula ainda não vinha produzindo plaquetas. As plaquetas -- que correspondem a um dos fragmentos celulares, tendo origem a partir de células da medula óssea (megacariócitos) -- costumam mesmo ser o último componente sanguíneo a 'pegar' após o transplante. A Dra Juliana Folloni sempre nos disse que pode levar até mais de 2 meses para que a nova medula passe a produzir plaquetas.
A principal função das plaquetas está relacionada à coagulação sanguínea, auxiliando de forma indireta na defesa do organismo. Na região de um ferimento, por exemplo, as plaquetas liberam a enzima tromboplastina-quinase, que desencadeia a coagulação. Sua ação no organismo tem duração limitada, de poucos dias. Depois elas são direcionadas ao baço, onde são degeneradas.
Nesses 68 dias desde o transplante de células de cordão que Lucca recebeu, suas plaquetas foram mantidas em niveis aceitáveis para protegê-lo de hemorragias por bolsas transfundidas sempre que o total caía abaixo do limite de 20.000/mm3. No dia seguinte à transfusão, era comum se verificar um aumento expressivo que voltava a cair com os passar de não mais de 3 ou 4 dias.
A última bolsa de plaquetas que Lucca recebeu até agora foi em 22/5. Na segunda, 25/5, ele estava com 29.000/mm3 e hoje com 23.000/mm3. Quem sabe não estamos diante de um excelente sinal?? Não é possível garantir nada por enquanto, mas pode ser que as plaquetas finalmente 'pegaram' (afirma-se isso quando o organismo registra plaquetas acima de 20.000/mm3 por três hemogramas seguidos sem que tenha havido transfusão).
Apostando nisso, a Dra Morgani, da equipe do Dr Nelson Hamerschlak, não pediu uma transfusão hoje. Ela propôs esperar até o próximo hemograma, que será colhido em nossa próxima visita, na sexta agora.
Eu fiquei muito muito feliz com a possibilidade de isso ter acontecido, de as plaquetas do Lucca terem finalmente 'pegado'. Mas nada se compara à alegria e satisfação que ele próprio sentiu e expressou quando as médicas comentaram sobre a hipótese. Juro: eu queria ter filmado a carinha dele. Não tem palavra que consiga descrever o que vimos ali...
Mais uma vez, que peço a todos que cruzem seus dedos também, numa torcida grande para que isso se confirme. Nesse caminho árduo que vimos percorrendo, esta será, sem dúvida, mais um passo muito importante, uma das vitórias mais inestimáveis!!! Mais um avanço em direção a recobrarmos a vida normal de vez...
Que assim seja!
2 comentários:
QUERIDOS...tô tão feliz!!!! estou com os 20 dedos cruzados, um em cima do outro..rsrsrsr. Ninguém mais do que vcs merece a vida de volta. E o Lucca é um guerreiro, um verdadeiro herói, daqueles que a gente acha que só existe no imaginário infantil...
beijo, beijos
Karla
karla
Lu, meu anjo, é como você sempre diz: nada nessa vida é por acaso. E tudo acontece da forma e no tempo que tem que acontecer.
Eu admiro de verdade sua dedicação. Eu me espelho sim no seu exemplo. Eu me fortaleço muito na sua força. Eu gosto mesmo de você.
Um beijo,
Tato
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