Ainda não é possivel precisar a data em que Lucca poderá deixar a unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital Israelita Albert Einstein, onde está internado já há 40 dias.
A 'pega medular', isto é, a confirmação de que o organismo do Lucca voltou a produzir células de medula óssea -- que são as que dão origem às células do sangue -- a partir das células hematopoéticas coletadas de um cordão umbilical localizado nos Estados Unidos, era o primeiro passo, o primeiro grande desafio a ser vencido após o transplante. Porque é quando se começa a afastar o risco de vida do paciente.
Mas a alta médica definitiva depende de mais fatores, tais como:
- o estado geral de saúde dele deve estar em boas condições;
- os sinais vitais não podem fugir dos parãmetros normais de controle (isto é, temperatura corpórea abaixo de 37,6oC; frequência cardíaca média de 70 a 90 bpm; pressão sanguínea média entre 10x6 e 12x9; e mais de 96% de oxigenação no sangue);
- a não incidência de processos inflamatórios e/ou infecciosos.
Nos próximos dias, a equipe médica do Dr Nelson Hamerschlak dá início a uma nova fase de tratamento pós-pega: os medicamentos, principalmente os antibióticos que vinham sendo administrados diariamente, aos poucos serão descontinuados ao mesmo tempo que exames diários avaliarão como o organismo do Lucca está reagindo.
Nessa fase, continua desaconselhado o contato do Lucca com visitas externas e mantêm-se os cuidados para que ele não fique exposto a vírus, fungos e bactérias.
Um estudo realizado em 2000 pelos prrofessores Marcio Nucci e Angelo Maiolino, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Universidade Federal do Rio de Janeiro, demonstrou que as infecções representam um dos principais obstáculos ao sucesso
dos TMOs. "O paciente, depois do transplante de medula óssea, tem defeitos complexos nos sistemas de defesa, que o tornam vulnerável a uma série de infecções bacterianas, fúngicas, virais e parasitárias. As infecções são mais freqüentes e graves no transplante alogênico, com doadores não aparentados, e menos freqüentes no transplante autólogo de células progenitoras do sangue periférico. Em termos de mortalidade, os maiores desafios, atualmente enfrentados pelos que tratam desses pacientes, são as infecções fúngicas, as superinfecções bacterianas por germes multirresistentes e algumas infecções virais", explicam eles.
Atualmente, o incômodo maior que afeta o Lucca é uma dermatite fúngica em suas axilas, muito parecida com aquela outra que ele teve semanas atrás no períneo (região entre o ânus e o saco escrotal) e que já está sanada. Ele fez tratamento com Candicort por cerca de 15 dias e agora está usando Tralen em pó. A equipe acredita que o quadro tende a melhorar agora após a 'pega medular', por conta do aumento de leucócitos (células de defesa do nosso organismo).
Se o quadro do Lucca permanecer assim, estável, e sua evolução for satisfatória à medida que alguns medicamentos forem descontinuados e outros, que hoje são administrados pela veia, forem substituídos por comprimidos ou soluções orais, tendo a acreditar que a alta médica, por que aguardamos super ansiosos, possa acontecer em mais uns 10 ou 15 dias talvez.
Que aconteça quando tiver de acontecer! Quando Deus quiser e os médicos acharem adequado. Pro melhor do Lucca!
Um comentário:
Lu, há pessoas que passam na vida da gente e não deixam mais do que remotas lembranças, às vezes boas, às vezes nem tanto. Outras aparecem, a gente nem sabe bem de onde surgiram, chegam e fazem uma confusão que deixa a gente tonto de raiva, de decepção, de angústia até. Tem aquelas que vêm e vão e nem nos lembramos que um dia conhecemos.
Mas tem gente que marca, que marca prá sempre, porque é diferente, porque causa um efeito inexplicável, mas principalmente porque são as pessoas que realmente nos ensinam, pelo exemplo, a viver e a dar valor ao que de fato tem valor nessa vida. Esse é o seu caso, meu anjo!
Tua luta é dolorida, mas tua vitória é certa. Porque vc é determinada, é do bem, Lu, e nada pode mais do que isso.
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