quinta-feira, 19 de março de 2009

Cheirinho de palmito no ar...

No total, Lucca recebeu a infusão de 115ml de sangue, sendo que 25ml são as células-tronco do cordão umbilical que vieram de Nova York e o restante trata-se de material apropriado para a perfeita diluição da amostra original, garantindo assim que todas as células-tronco fossem infundidas na corrente sanguínea do Lucca através do catéter colocado no peito dele.

Dr Nelson Hamerschlak, acompanhado da Dra Juliana Folloni e da pediatra Dra Alessandra, fez a avaliação final do Lucca para que a Dra Andreza Feitosa Ribeiro, coordenadora do Banco de Sangue do Hospital Albert Einstein, pudesse iniciar o transplante. A chefe da equipe de enfermagem da UTMO, Patrícia, foi quem nos deu a honra de acompanhar pessoalmente o Lucca durante todo o procedimento, cuidando da checagem contínua de sua pressão sanguínea, batimentos, temperatura corpórea e nível de saturação. Felizmente, o procedimento transcorreu de forma bastante serena e sem complicações -- como eu já salientei antes.

À medida que as células "entravam" no corpo do Lucca, um fenômeno muito interessante acontecia: ele passou a exalar um odor que lembra, em muito, o cheirinho de palmitos em conserva. Acreditem! Por mais surreal que possa parecer. A explicação para isso é o conservante em que precisam ser mantidas as células de cordão quando congeladas, porque elas costumam ficar a -196oC e, não fosse o conservante, elas poderiam 'trincar' (puxa, que me perdoem os especialistas pelo uso leigo das minhas palavras).

Esse cheirinho ainda perfuma o ar aqui do quarto, quase que nos lembrando que existe vida lá fora e nos convidando e incentivando a voltar logo prá casa.

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