quinta-feira, 19 de março de 2009

Minutos que antecederam o início do transplante foram tensos e marcados por grande apreensão

O transplante do Lucca ocorreu bastante dentro do esperado e ele reagiu muito bem no final. Mas momentos de grande tensão e apreensão marcaram os momentos que antecederam o início do procedimento.

Como havia compartilhado antes, o transplante do Lucca estava agendado para as 10h30 da manhã mas, na verdade, ele começou 1 hora depois do previsto.

Isso aconteceu, primeiro porque, depois de avaliar o hemograma (exame de sangue) de hoje cedo do Lucca, os médicos constataram que a contagem geral de plaquetas continuava um pouco baixa, apesar da transfusão ocorrida ontem. E uma nova transfusão de plaquetas precisava ser feita antes de qualquer outra coisa -- o que aconteceu por volta de 10h45.

Outro fator que postergou o transplante esteve relacionado com o fato de que, enquanto dormia às vésperas do horário então marcado para o início do transplante, Lucca apresentou um quadro clínico um alterado, com uma saturação sanguínea bem menor do que a esperada e um pouco de baixa na frequência cardíaca -- quadro que dava a impressão de que Lucca estava quase que desmaiado.

Foi nítida a preocupação da equipe médica e de enfermagem. A decisão imediata da Dra Juliana Folloni foi solicitar uma tomografia computadorizada de crânio, torax e abdomen, e orientar que Lucca passasse a receber oxigênio imediatamente.

Não sei explicar a vocês mas, por incrível que possa parecer, nesse momento que tudo e todos estavam muito tensos, eu me estava calma e serena. Bastante mesmo. E muitos de vocês me conhecem bem pra saberem que minha reação natural numa situação como essa seria entrar em desespero... Só que não foi assim. Ao contrário. Eu permaneci o tempo todo tranquila e me concentrei em rezar para todos os santos, espíritos e crenças que conheço e acredito, e em entoar só pensamentos positivos. Tentei colocar em prática tudo aquilo que me ensinaram nesse tempo todo para atrair e passar coisas boas.

De repente, do nada!, Lucca acordou. Tranquilo e sereno. Como se estiivesse acordando quando está em casa. Sentou-se na beira da cama dizendo que queria fazer xixi. Fez. Nesse momento, seus sinais vitais foram rechecados: o quadro estava plenamente normalizado. Ele voltou a recostar-se na cama e, assim, o processo de infusão das células pôde ter inicio.

Liderado pela Dra Andreza Ribeiro, coordenadora do Banco de Sangue do HIAE, o transplante começou por volta de 11h40 e não levou mais do que meia hora. Lucca não apresentou qualquer efeito colateral dentre aqueles que já eram previstos. Nem mesmo a reação alérgica (coceira) que lhe é comum após fazer tranfusões de sangue.

No final do procedimento, médicos e enfermeiros lhe sugeriram dormir um pouco pra relaxar. Ele, bastante disposto, disse que preferia jogar HotWheel Cards!

Antes de começarmos a primeira partida dessa sua nova vida (sim, porque tenho certeza de que, desde já, ele nasceu de novo!), Lucca foi ao banheiro mais uma vez e, na volta, pediu para telefonar para a Didi e para seus irmãos Lella e Marccão. Ele quis contar pessoalmente que o transplante havia terminado e que ele estava super bem.

Graças a Deus!! Meus agradecimentos serão eternos a esse milagre da vida! Tenho certeza de que a 'pega' das células acontecerão rapidinho. E que ele refará os exames e, muito em breve, teremos nas mãos todas as evidências científicas de que ele está salvo da adrenoleucodistrofia! É só nisso que quero acreditar. E é o que vai acontecer! Se Deus quiser. E Ele quer!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Desde o diagnóstico, instante cadenciador de numerosos sentimentos, tínhamos a exata certeza de que o brilho divino do Lucca, meu querido priminho, não se fazia por acaso. Essa energia incontestável em forma de inocência fora capaz de nos ensinar a redimensionar valores - talvez até mesmo conhecê-los mais profundamente de sorte a imprimi-los ao nosso cotidiano, este quase sempre egoístico e superficial.