Está prevista para o próximo dia 4 de março a chegada no Brasil das células de cordão umbilical encontradas pela equipe do Dr Nelson Hamershlak, do Hospital Israelita Albert Einstein, no NYBC - National Cord Blood Program/New York Blood Program, o banco de células de cordão umbilical norte-americano.
Tão logo o material chegue ao país e seja liberado pelos órgãos da Vigilância Sanitária, Lucca será chamado para se internar no HIAE e, então, dar início ao procedimento do transplante, que será precedido por uma sessão de quimioterapia (indispensável para o tratamento) que durará de 4 a 5 dias.
Depois de recebida a infusão das stem cells (células-tronco hematopoéticas) importadas, Lucca deverá permanecer no hospital em repouso absoluto até que aconteça o que os especialistas chamam carinhosamente de "pega das células", isto é, até que as novas células infundidas passem a se replicar adequamente dentro do organismo dele. Esse processo não é muito rápido e o que se espera é que tenhamos de permanecer por lá por cerca de 45 a 60 dias.
Conversando com o Lucca a respeito, concluimos juntos que serão férias meio 'forçadinhas', é verdade... mas, como ele mesmo me disse hoje, "é por uma boa causa, né mamãe? Então vai passar rapidinho!".
Ontem o Lucca passou pela última etapa de testes e procedimentos pré-transplante. A equipe médica que o acompanha no HIAE colheu uma amostra de cerca de 500ml da medula dele mesmo (chamadas células autólogas), num procedimento tido como de back-up, isto é, uma alternativa para o caso de não ocorrer a tal da "pega" que mencionei antes. O método utilizado foi a punção das células na região posterior da cintura. Mais uma vez, ele mostrou o quão guerreiro é, ainda aos 8 anos de idade, dando um verdadeiro exemplo de vida a muitos adultos que ainda temem fazer essa coleta mesmo que isso signifique salvar a vida de alguém.
Recebê-lo de volta do centro cirúrgico 40 minutos depois, com uma dorzinha local, é verdade (decorrente dos dois furinhos pequeninhos feitos para punsionar o osso da bacia), mas inteirão e em pleno vigor físico, de imediato me causou 3 sensações quase que indescritíveis:
1. senti um orgulho sem tamanho de ser mãe de um anjo tão especial;
2. quis gritar ao mundo o quão de fato é simples e seguro doar medula óssea, quase que pretendendo levar no colo o quanto de pessoas que pudesse ainda carregar para se cadastrar como doador;
3. quintuplicou-me a esperança de que, passem meio, 2, 3, 10, 200 meses ou quantos forem. O tempo será apenas o necessário. O importante é acreditar que tudo vai dar certo pro Lucca -- afinal, já está dando certo!
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