quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ministério da Saúde divulga mapa das hepatites virais no Brasil entre 1999 e 2010

Os dados, divulgados anualmente, apresentam os casos confirmados da doença, de pacientes que geralmente já apresentam sintomas

Segundo o Ministério da Saúde, o Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais no Brasil, divulgado hoje (28/7), é um retrato dos casos confirmados da doença, diferente do Inquérito Nacional de Hepatites Virais, realizado nas capitais e no Distrito Federal, que realiza exames por amostragem de pessoas.

Para registrar os dados do boletim, a principal fonte é o Sistema de Informação de Agravos de Notificações (Sinan). De 1999 a 2010 (com dados preliminares para o último ano), foram notificados 307.446 casos de hepatites virais no Brasil, incluindo os cinco tipos da doença – A, B, C, D e E (quadro abaixo).

“A melhoria da notificação das hepatites no país é fundamental para o Ministério da Saúde. É a oportunidade de chegar àqueles que não conhecem sua condição sorológica, oferecer tratamento e contribuir para a qualidade de vida dessas pessoas”, avalia o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Dados de hepatites virais notificados entre 1999 e 2010*

Hepatite
Número de casos
A
130.354
B
104.454
C
69.952
D
1.812
E
874

HEPATITE A – A maior parte dos casos notificados no período foi registrada nas regiões Nordeste (31,2%) e Norte (22,6%). Crianças menores de 13 anos representam o grupo mais acometido pela hepatite A e compreendem 68,7% dos casos notificados no país, de 1999 a 2010*. Nesse grupo também se concentram as mais elevadas taxas de incidência.

No país, observa-se diminuição da taxa de incidência a partir de 2006, quando se registrou 9,1 casos por 100 mil habitantes. Em 2010*, a taxa verificada foi de 3,1 por 100 mil habitantes. Neste mesmo ano, em relação às regiões, a Norte apresentou a maior taxa (9,7), seguida pela Sul (3,8), Nordeste (3,7), Centro Oeste (3,1) e Sudeste (1,2).

HEPATITE B – A análise por região demonstra que o Sudeste concentra 36,6% dos casos, seguido do Sul, com 31,6% das notificações, entre 1999 e 2009. Nesse período, tanto o país, quanto as regiões apresentaram crescimento das taxas de incidência (número de casos a cada 100 mil habitantes). No Brasil, a taxa passou de 0,5%, em 1999, para 5,6%, em 2009. A região Sul registra os maiores índices desde 2002, seguida do Norte. As taxas observadas nessas duas regiões, em 2009, foram de 13,3 e 12,6 por 100 mil habitantes, respectivamente.

HEPATITE C – Do total de casos de hepatite C registrados entre 1999 e 2010*, 47.830 foram na região Sudeste e 15.095, na Sul. Juntas, essas duas regiões concentram 90% dos casos confirmados no país. As taxas de incidência mais elevadas também se concentram nessas regiões. Enquanto o país registrou incidência de 5,3 casos confirmados para hepatite C, em 2009, a região Sudeste apresentou 8,3 e a Sul, 7,4.

HEPATITE D – Só as pessoas que já são portadoras do tipo B podem ser infectadas pelo tipo D, também causado por vírus. Entre 1999 e 2010*, foram confirmados 1.812 casos de hepatite D, com concentração de 76,3% na região Norte. Os estados do Acre e Amazonas agregam a maioria dos casos acumulados no período e notificados, 555 e 625, respectivamente.

HEPATITE E – Neste tipo da doença, os sinais e sintomas são semelhantes aos da hepatite A. Contudo, esse tipo é raro no Brasil. Entre 1999 e 2010*, foram registrados 874 casos da doença. Do total acumulado, mais da metade 50,6% (442) foram notificados na região Sudeste.

ÓBITOS POR HEPATITES VIRAIS – Entre as mortes atribuídas especificamente às hepatites virais no Brasil, o maior número registrado entre os anos de 2000 a 2010* foi decorrente da hepatite C, com 14.873 óbitos. Em seguida, encontra-se a hepatite B, com 4.978 notificações. No mesmo período, a causa básicas de óbito por hepatites é menor nos tipos A (608), D (264) e E (48). Os óbitos são extraídos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

* Dados preliminares

Nenhum comentário: