quinta-feira, 19 de maio de 2011

Glaucoma ainda é a 1a causa de cegueira no Brasil e no mundo

Segundo especialistas, a principal medida de combate à doença é o diagnóstico precoce


Nos últimos doze anos, 33% dos novos pacientes do Hospital das Clínicas da Universidade de Campinas já haviam perdido a visão de um olho e 13% apresentavam cegueira bilateral. Tipicamente assintomático, o glaucoma é causado pelo aumento da pressão intraocular, em geral devido a um bloqueio no escoamento do fluído no interior do olho. Se não for diagnosticado precocemente e tratado de forma correta, leva à perda gradual e irreversível da visão. Na Semana de Combate à Cegueira pelo Glaucoma, de 23 a 27 de maio, o alerta e a prestação de informações à população sobre a doença será o foco das atividades da Associação Brasileira dos Amigos, Familiares e Portadores de Glaucoma (ABRAG).

“Embora o glaucoma não tenha cura, é possível evitar a progressão da doença e a instalação da cegueira”, afirma o oftalmologista Vital Paulino Costa, chefe do Setor de Glaucoma da Unicamp. Os principais fatores de risco são: histórico familiar, pressão intraocular elevada, idade acima de 40 anos, diabetes mellitus, uso prolongado de corticóides, presença de lesões oculares e descendência negra. “Recomenda-se que pessoas que apresentam um ou mais desses fatores consultem um oftalmologista uma vez ao ano. As demais podem fazê-lo a cada dois anos”, orienta Dr. Vital.

Apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de cegueira irreversível, a doença atinge cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. Só no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), quase um milhão de pacientes já foram diagnosticados. A SBG estima que um número equivalente de pessoas tenha a doença e não saiba.

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do glaucoma deve ser realizado pelo exame de fundo de olho e da tonometria, que é a medida da pressão ocular, ambos realizados no próprio consultório oftalmológico. Na maioria dos casos, o glaucoma pode ser tratado apenas com a aplicação de colírios que agem reduzindo a pressão intraocular (PIO). Casos mais graves, porém, podem requerer tratamento com laser ou mesmo intervenções cirúrgicas. “Tão importante quanto o diagnóstico precoce é a disciplina no tratamento. Muitos pacientes se esquecem de pingar o colírio ou não respeitam os horários de aplicação do medicamento, já que a doença é assintomática. Dessa forma, o tratamento não funciona”, alerta Dr. João Antônio Prata Jr.



por Cristina Camarena

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