Brasil está entre os cinco países do mundo que detêm a tecnologia
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, inaugurou no ontem (30/11), o Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (Lance), na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na instalação, serão produzidas as unidades da linhagem brasileira de células-tronco pluripotentes induzidas, que podem se transformar em qualquer célula sem ser criada a partir de embriões – a primeira linhagem foi desenvolvida pela equipe da UFRJ, no início deste ano. O investimento total foi de R$ 4 milhões, feito pelo Ministério da Saúde, BNDES, FINEP e CNPq.
“O Brasil está na frente, entre os cinco países do mundo que detêm a tecnologia das células-tronco. Está na vanguarda do conhecimento para doenças genéticas que não têm cura”, afirmou Temporão. Segundo ele, a iniciativa ganha ainda maior relevância pelo fato de o laboratório e a tecnologia estarem à disposição de uma universidade pública e um hospital universitário.
A pesquisa foi coordenada pela Lygia da Veiga Pereira, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), e por Stevens Rehen da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) -- ambos estudiosos das células-tronco. Lygia chegou à primeira linhagem de célula-tronco embrionária humana no Brasil e Rehen produziu a primeira linhagem de células-tronco obtidas sem o uso de embriões (células-tronco induzidas).
Células-tronco: Uma discussão que se estende há muito tempo
Isso já é certo. Elas são a esperança de cura para diversas doenças muito graves, caso da adrenoleucodistrofia que acometeu o Lucca. Falo com conhecimento de causa: para quem viveu esse drama na pele, não restam dúvidas no momento de decidir por adotá-la como alternativa. Porque, quando você se depara com uma questão crucial, a de fazer de tudo pela vida de alguém se ama muito, o errado é cruzar os braços para as opções que lhe são apresentadas.
O dificultador nessa discussão é algo que extrapola os limites da ciência e deixa sempre a dúvida: é ético retirá-las de embriões humanos? A polêmica se arrasta há anos e se acirra cada vez mais. Porque, enquanto legisladores buscam uma saída conciliatória, são os doentes quem sofrem pela espera sem fim.
Esse centro de pesquisa, inaugurado ontem no RJ, é, portanto, mais do que um avanço da tecnologia e da medicina. É uma nova luz que se acende nos túneis longos e escuros por onde caminham aqueles que dependem de um transplante de células tronco.
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