Lá se vão exatos trinta dias desde que voltamos à ala de Pediatria aqui do Einstein, naquele dia 1 de junho de 2009. Era uma segunda-feira. Tínhamos vindo para uma visita de rotina ao ambulatório. Fazia pouco tempo que havíamos comemorado com muita animação a pega das plaquetas do Lucca -- que vinham permanecendo acima de 20.000/mm3 por mais de três dias seguidos sem que transfusão de sangue.
Meu filhote estava realmente bem, em casa e sem febre, há quase duas semanas desde a alta anterior. Aquela febre registrada lá no ambulatório, associada ao rash cutâneo, nossa..... foi um belo banho de água fria em todos nós.
De fato, as quatro vezes que tivemos de voltar a nos internar aqui, todas foram muito frustrantes... mas essa última acabou pesando de forma diferente. Pesou mais. Doeu mais, Incomodou muito. Ainda incomoda. Por uma série de fatores.... Seja porque é, de longe, a reinternação mais longa (só perde para a estada na unidade de TMO, onde permanecemos por 46 dias...). Seja pelo quadro geral que nunca foi tão agravado, com febres seguidas, repetidas, bastantes altas... com tantas trocas de medicamentos, tantos exames diferentes, tantas pesquisas em frentes totalmente distintas... Muitos procedimentos e poucas respostas. Dias e dias sem saber onde estaria o foco da tal causa das febres.... A Dra Ju Folloni também fez muita falta...
Não bastasse nada disso, foi um mês muito dificil do ponto de vista financeiro. Ainda que injusta e indevidamente, fato é que o plano de saúde ficou o mês todo cancelado, o que me fez passar muito medo e muita angústia. Aqui, pela enésima vez, quero de público agradecer muito ao Mário Grieco e à moksha8 (Renato Dangelo e Lígia Sanjar em especial) que não mediram esforços para que a situação se normalizasse a fim de que Lucca permanecesse coberto pelo plano.
Quem está mais perto de mim sabe, em detalhes, desses e de outros tantos perrengues e 'incêndios' que me vi obrigada a apagar, todos juntos, também nessa mesma época. Situações que antes me cravaram fundo no aspecto emocional....
O que posso dizer é que fácil não é a palavra que melhor defina tudo por que tenho passado.... Está difícil. Estou cansada. Não de cuidar do Lucca, do Marcco e da Lella. Não mesmo! Mas de ter de desviar de tantar flechas perdidas que estão vindo em minha direção, tudo ao mesmo tempo.
Sei que muitas pessoas que lêem o blog não me conhecem bem. Uma significativa parte nunca me viu pessoalmente e outras tantas nunca nem ouviram o tom da minha voz ou puderam cruzar olhares com os meus. Sei também que bocas falam, estórias se propagam, que verdades e mentiras podem se misturar por bocas mais cruéis....
Como digo sempre, com o tempo e as experiências vividas, aprendi a me preocupar mais com minha consciência do que com minha reputação. Porque consciência é o que somos, e reputação é o que os outros querem pensar da gente. Faço mesmo as coisas com o coração. Sou justa de fato e não apenas 'pra inglês ver'. E não me entrego nem deixo me abater facilmente. Tudo que consegui até hoje foi pelos meus próprios méritos e esse é um dos exemplos mais valorosos que tenho para passar pra meus filhos.
Há quem não me verá assim nunca porque não me conheça ou porque não queira. Sinto muito! Mesmo! Mas repito: Não vivo pra agradar quem pouca ou duvidosa índole tem. Quero orgulhar meus filhos, meus parentes e meus amigos -- os de verdade!
Tenho e mantenho minha consciência tranquila: estou fazendo meu melhor. E sem abrir mão da minha honra e dignidade. Sei que no final tudo dará certo. E que, se ainda não deu certo, é porque ainda não chegou no final!
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