domingo, 7 de junho de 2009

Lucca registra picos de pressão sanguínea mais alta e amanhece com febre hoje

Ontem, no final do dia, Lucca registrou, por duas vezes, pressão um pouco mais alta (12x8) do que a considerada normal nessa faixa etária (9x6 ou 10x7). A diferença nem foi é significativa assim mas o que me chamou a atenção foi o fato de ele não ter essa elevação desde a época logo após o transplante de medula.

É sabido que um aumento da pressão sanguínea é esperado especialmente durante o período em que o paciente está sob efeito de medicamentos quimioterápicos e imunossupressores. Estudos mostram que, após o TMO, uma hipertensão arterial é invariavelmente presente, e o uso de ciclosporina e de corticoesteroides em altas doses são fatores contribuintes para esse quadro.

Por isso mesmo, um dos medicamentos prescritos de forma profilática (preventiva), após a alta da unidade de TMO, é o Norvasc® (besilato de anlodipino). O anlodipino age interferindo no movimento do cálcio para dentro das células cardíacas e da musculatura dos vasos sangüíneos. Como resultado dessa ação, o anlodipino relaxa os vasos sangüíneos que irrigam o coração e o resto do corpo, aumentando a quantidade de sangue e oxigênio para o coração, reduzindo a sua carga de trabalho e, por relaxar os vasos sangüíneos, permite que o sangue passe através deles mais facilmente.

A pressão sangüínea alta impõe ao coração e às artérias uma sobrecarga de trabalho que, a longo prazo, faz com que o coração e as artérias não funcionem adequadamente. Isto pode causar danos nos vasos sangüíneos do cérebro, coração e rins, resultando em acidentes cérebro-vasculares, deficiência cardíaca e renal. Pressão alta também pode aumentar o risco de ataques cardíacos. Se a pressão sangüínea for controlada, esses problemas podem não ocorrer ou pode haver menor possibilidade de que ocorram.

Novo pico de febre
Hoje, por volta de 8h, a enfermagem entrou para administrar os medicamentos de horário. Assim que cheguei do lado dele pra acordá-lo, notei logo que suas bochechas estavam mais coradas e usei o velho e bom 'método materno' (beijinho na testa) pra tentar identificar se aquilo era sinal de febre ou não. Suspeita confirmada. Ele estava com 38,1oC de temperatura....

Como já falamos antes, febre é invariavelmente sinal de alerta que o sistema de defesa do organismo emite sempre que algo estranho está acontecendo, principalmente quando há a presença de infecções. Os especialistas sempre ressaltam que, por conta disso, não faz sentido querer baixá-la a qualquer preço. "O fundamental é saber reconhecê-la, acompanhá-la e ficar atento ao que ela está querendo sinalizar", diz o médico Edvado Souza, chefe do Serviço de Imunologia Clínica do Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (Imip).

Não sabemos ainda qual a razão desse novo pico febril do Lucca. E nem mesmo se isso tem alguma relação com algum outro quadro dele, novo ou reincidente. A Dra Rejane, que foi quem veio visitá-lo hoje, acredita que não se trata de um evento novo. Não quis nem mudar o antibiótico endovenoso por enquanto (ele está recebendo Maxcef®). Sugeriu que observássemos até amanhã.

Nesse domigo, em que Lucca completa 80 dias desde a data do transplante (D+80), os resultados dos exames estão bons. Eletrólitos em equilíbrio e dentro da faixa de normalidade, e contagens sanguíneas não tão preocupantes, ainda que mais baixas em relação às de ontem:
- 5800/mm3 leucócitos
- 9,4 g/dl de hemoglobina
- 31.000/mm3 plaquetas