sábado, 4 de abril de 2009

Apresentando Tico e outras "filosofices"

Apresentamos um novo amiguinho que fizemos aqui no Einstein: É o TICO, um passarinho muito fofo (não me perguntem a raça porque, definitivamente, nisso eu não sou muito boa meeesmo rs......). O que sei é que ele é uma graça! Tem a barriga amarela e o bico avermelhado e vem, todos as manhãs, sem falta, nos dar bom dia na beira da janela do quarto.

Às vezes, percebemos que ele canta mas infelizmente não conseguimos ouvi-lo, porque os vidros aqui no quarto são travados (para não quebrar a pressão atmosférica interna que protege a saúde do Lucca) e têm 100% de isolamento acústico -- talvez para que não ouçamos os gritos de alegria quando meu São Paulo querido vence uma nova partida aqui do ladinho, no Estádio do Morumbi hehehehe.....

Claro que foi o Lucca quem descobriu o Tico pela primeira vez. Bom, pra quem já o conhece um pouquinho, sabe da paixão que ele tem por bichos, todos, de cachorro a hamster, a esquilinho da Mongólia, peixe, joaninha, calopsita, ferret -- ama mesmo! Igualzinho ao pai! Uma coisa bacanérrima que ele puxou do Marcelo. "Só não gosto mesmo de animal perigoso", acabou de me dizer ele rindo. Mas té sapo e cobra ele já quis ter em casa....


BOAS LEMBRANÇAS
Uma vez, ele era pequeno, uns 4 ou 5 anos talvez. E estávamos nós cinco (Marcelo, eu, Marccão, Lella e Lucca) fazendo compras no Pão de Açúcar. De repente, vejo o Lucca se arrastando pelo chão, embaixo das bancas de verduras e legumes, procurando sei lá o quê. Qual não foi minha surpresa quando ele se levantou e veio, todo orgulhoso, nos mostrar um gafanhoto que ele havia pego nas mãos... Isso mesmo: um gafanhoto. Que logo voltou a pular, e ele, de novo, quis ir atrás do bichinho. Imaginem a cara de decepção, o lamentação que foi, o choro copioso dele, beirando um escândalo até: Lucca queria porque queria resgatar o gafanhoto pra levá-lo prá casa... prá guardá-lo num bendito baú que havia na cabeceira da sua cama e onde ele guardava as coisas mais bizarras -- de tudo, na verdade: carrinhos, brinquedinhos, micro-pecinhas, ferramentinhas, bals, e até uma coleção sem fim de caixinhas daquelas balinhas Tic-Tac, algumas cheias e milhares vazias rsrsrsrs......! Eu posso?!?!?

É gostoso lembrar dessas coisas......

BOAS COMPANHIAS...
Sabe, ficar aqui no hospital esse tempão que já estamos nem sempre é de todo bom. Mas também não é de todo mau. Há sim o peso da rotina e dessa realidade que nos impõe limitações de sair do quarto, de sentir como está o tempo e o vento lá fora, ou simplesmente de ver caras novas.

Há, outrossim, gente bacana aqui dentro, gente muito bacana por sinal. Médicos legais, enfermeiros legais, o pessoal super legal da Copa (Vivian*, obrigada por ser tão fofa e prestativa!), da limpeza, da manutenção, da área de TI, do banco de sangue, dos exames de raio X... e.... e.... e.... e todos os outros que entram aqui sempre prá cuidar de nós. Que passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia. Que serão prá sempre parte da nossa vida!

Os enfermeiros Doni*, Cássia*, Su*, Déa*....... Nossa, principalmente eles... Entram no quarto, muitas vezes nos pegam dormindo, roncando talvez rsrsrsr..... e olham pra nossa cara amassadíssima de sono com o mesmo sorriso e satisfação como se estivessem deparados com a cena mais encantadora desse mundo. Uma 'briga' pra convencer o Lucca a entrar no banho.... e outra 'briga maior ainda' prá arrancá-lo de debaixo do chuveiro. São carinho e graça em forma de gente!

A Tê*, meu Deus, e ela então? Com esse coração enorme, um abraço gostoso, um sorrisão no rosto sempre, e um jeito de mãezona com meu pequeno, que cuida dele e também carrega a mim mesma no colo várias vezes mesmo sem ela perceber... Poli* e Jacques*, doces que só.... e que santa paciência com o Lucca. Ká* e seu humor que irradia luz mesmo no meião da madrugada. E o Sansão*, um gênio, que até aulas de japonês está nos dando aqui.


OBRIGADA! OBRIGADA! OBRIGADA!
E obrigada desde já, desde sempre.
Não quero deixar prá agradecer e dizer do quanto admiro e gosto de você somente quando sairmos daqui, quando Lucca tiver alta. Prefiro me espelhar em Benjamin Franklin quando diz: “nunca deixe para amanhã o que se pode fazer hoje”.

Adiar as coisas por que? Hoje, mais do que sempre, sou alguém que prefere viver como se não houvesse amanhã. Porque na verdade não há, e me perdoe Renato Russo por parecer plageá-lo.... Mas passei a ver as coisas por ângulos muito diferentes, muito mais de dentro prá fora e menos por cima e de longe.

Aprendi que tomar decisões às vezes é muito, muito difícil, é complicado, assusta, parece impossível. Mas é preciso. É assim. É como funciona a vida. Medo de errar? nossa, claro que tenho! Quem não tem? Quem, sinceramente, diria que nunca temeu falhar? Mas vejo que coibir é pior, adiar é pior, não decidir é muito pior. Não querer viver, não querer sonhar, não amar intensamente... ah, não existe algo pior do que isso.

Desculpem-me por ficar aqui filosofando talvez só filosofices. Mas penso mesmo que melhor errar do que nunca ter tentado, amar do que nunca ter amado, sofrer do que nunca ter vivido!

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*Refiro-me aos enfermeiros Donizete, Cássia, Suemi, Andréa, Tereza, Poliana, Jacques, Karina, Sansão, todos competentérrimos, figuras humanas maravilhosas, que integram a equipe da unidade de TMO aqui no Einstein e cuidam do Lucca de uma forma ímpar.

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