terça-feira, 10 de março de 2009

TMO ou Transplante de Células Hematopoéticas - Informações Gerais

O Transplante de Medula Óssea (TMO) é uma alternativa de tratamento para algumas doenças benignas ou malignas que comprometem o funcionamento da medula óssea e afetam as células do sangue: doenças hematológicas (tais como Aplasia Medular, Talassemia e Anemia Falsiforme), onco-hematológicas (Leucemias, Linfomas etc.), alguns tumores sólidos, imunodeficiências e doenças genéticas hereditárias (entre elas, a Adrenoleucodistrofia).

O fundamento lógico para esse procedimento está baseado no fato de que todas as células maduras que circulam no sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas) provém de uma única célula, contida na medula óssea, denominada Célula Progenitora Hematopoética (stem cell).

Com isso, o termo Transplante de Medula de Óssea (TMO), já bastante e popularmente conhecido, vêm sendo modificado por um termo mais específico: Transplante de Células Progenitoras Hematopoéticas (TCPH), uma vez que essa definição reflete melhor o tipo de procedimento realizado e o tipo de célula que o paciente irá receber para reconstituir sua medula óssea.

O TMO (ou TCPH) consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula. O transplante pode ser autólogo (quando as células precursoras de medula óssea provêm do próprio paciente) ou alogênico (quando a medula ou as células provêm de um outro indivíduo, um doador).

Devido às dificuldades de se encontrar a necessária compatibilidade de medula óssea, a comunidade científica busca fontes alternativas de células progenitoras. Pesquisas demonstraram que o sangue que permanece no cordão umbilical e na placenta após o parto é uma fonte rica de células progenitoras. A partir dessa descoberta, células progenitoras obtidas do sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) vêm sendo utilizadas em modelos terapêuticos onde é indicado o transplante de medula óssea. Contudo, o número de células-tronco que vêm do SCUP é geralmente suficiente apenas para transplantar crianças e adultos de tamanho pequeno ou médio (até 50 kg).

O processo de armazenamento de células-tronco de SCUP se faz em nitrogênio líquido, num processo denominado criogênese. Outros tipos de células humanas preservadas com sucesso por criogênese mantêm-se viáveis por mais de 55 anos, inclusive células-tronco. Por isso, em tese, quando processadas corretamente, as células progenitoras podem ficar preservadas por décadas. Até o momento, a mais antiga amostra de células-tronco de sangue do cordão descongelada tinha 15 anos e estava intacta.


Fontes consultadas:
Dr Nelson Hamershlak, especialista em Hematologia/Hemoterapia e Transplante de Medula Óssea do Hospital Israelita Albert Einstein
Dr Carmino de Souza, professor-doutor especialista em Hematologia/Hemoterapia da Unicamp
Dra Carmem Bonfim, coordenadora do Programa de Transplante Pediátrico do Serviço deTransplante de Medula Óssea e do Programa de Transplante em DoençasGenéticas do Hospital de Clínicas da UFPR
Dr Fernando Kok, professor-doutor especialista em Neurogenética do Hospital das Clínicas de São Paulo
Abrale – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (
www.abrale.org.br)
AMEO – Associação de Medula Óssea
INCA – Instituto Nacional do Câncer -
Ministério da Saúde –
www.saude.gov.br

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