A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) está lançando, pela primeira vez no País, as Diretrizes para Manutenção de Múltiplos Órgãos no Potencial Doador Falecido. O objetivo é uniformizar os cuidados prestados ao doador falecido para aumentar a qualidade e quantidade de transplantes no país e diminuir as perdas da preservação dos doadores durante a espera pela retirada dos órgãos.
Segundo dados de 2010 do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), do total de 6979 potenciais doadores de órgãos, 18,3% foram perdidos durante a manutenção do paciente com morte encefálica diagnosticada. Problemas na manutenção são a segunda maior causa da não efetivação de transplantes, ficando atrás somente não autorização familiar, com 25,8%.
A elaboração das Diretrizes é fruto da parceria entre AMIB e ABTO e contou com o trabalho de dezenas de médicos em sua redação. O resultado é um documento que concentra relevantes informações que vão favorecer a atuação dos médicos intensivistas e profissionais que atuam nas UTI brasileiras.
“Acreditamos que é possível reduzir o percentual de perdas de órgãos no processo de manutenção em 50%”, diz o Dr. Fernando Machado, coordenador da campanha e um dos autores das Diretrizes.
O lançamento das Diretrizes faz parte da terceira edição da campanha nacional Orgulho de Ser Intensivista, iniciativa da AMIB e que este ano tem como tema principal “A Doação de Órgãos Começa na UTI”. O documento, em formato de cartilha, está sendo distribuído nas UTIs de todo o Brasil e também está disponível no site da campanha www.orgulhodeserintensivista.com.br
A campanha da AMIB desenvolveu outros materiais específicos para as famílias dos pacientes -- um direcionado à família do potencial doador de órgãos, que é aquele que já teve o diagnóstico da morte encefálica, e outro para famílias que têm parentes internados na UTI, seja qual for o motivo. O material destinado à família do potencial doador traz um conteúdo bastante explicativo sobre a Importância da Doação e esclarecimentos sobre a Morte Encefálica, que ainda é pouco compreendida pela população, afinal como explicar a morte quando o coração segue batendo.
“No material desenvolvido para as famílias tivemos a preocupação de usar uma linguagem simples e didática, sempre com o intuito de esclarecer o passo a passo do processo de doação de órgãos e, principalmente sobre a morte encefálica”, completa o Dr. Machado.
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