sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Nova esperança para o tratamento da Hepatite C crônica é aprovada no Brasil

Medicamento telaprevir aumenta as chances de cura em até 79% em pacientes infectados pelo genótipo 1 do vírus HVC

No Brasil, estima-se que dois a quatro milhões de pessoas tenham algum tipo de Hepatite C

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o telaprevir, desenvolvido e comercializado como Incivo® pela Janssen Farmacêutica. Trata-se de uma nova esperança para o tratamento de pacientes com hepatite C crônica. 

O telaprevir é um antiviral de ação direta (DAA) da classe dos inibidores de protease, indicado para o tratamento de adultos infectados pelo vírus HVC de genótipo 1, em combinação com o interferon peguilado alfa e ribavirina (terapia padrão atual). O medicamento já foi aprovado também pelo FDA (Food and Drug Administration) e pela EMA (European Medicines Agency).

O grande diferencial do novo medicamento, segundo os estudos clínicos de fase 3, é a redução pela metade o tempo de tratamento e aumento em até 79% as taxas de cura quando combinado com a terapia padrão atual. O telaprevir leva à negativação completa do vírus e a consequente interrupção da evolução
da doença, suprindo uma falha no tratamento padrão (interferom peguilado alfa + ribavirina) em que apenas 40% a 50% dos pacientes são curados, de modo que a outra metade falha, e a hepatite C continua evoluindo, podendo levar à morte.

Considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um problema de saúde pública, a hepatite C crônica pode trazer consequências graves para os pacientes e para o sistema de saúde pública. Mais de 170 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus HVC em todo o mundo e muitos não sabem que têm
a doença, o que revela a necessidade de aumentar a taxa de diagnóstico por meio da sorologia. No Brasil, estudos demonstram uma prevalência de 1% a 2% da população, com estimativa entre dois a quatro milhões de infectados.

Apesar de ser uma doença lenta e com sérias conseqüências, se o tratamento for eficaz, pode evitar o risco de morte em função dos danos no fígado tais como cirrose hepática, insuficiência e até mesmo o câncer de fígado.

A chegada dos antivirais de ação direta (DAAs) é a primeira inovação no tratamento da hepatite C em mais de 10 anos. "A importância do lançamento de telaprevir no Brasil pode ser comparada ao lançamento dos primeiros inibidores de protease para compor o coquetel antirretroviral contra o HIV, nos anos 1990, por exemplo. Sem dúvida, os DAAs vão oferecer aos pacientes muito mais oportunidades de cura", afirma José Carlos Appolinário, diretor médico do Laboratório Janssen.

Números da hepatite C no Brasil e no mundo
No mundo todo, aproximadamente 170 milhões de pessoas (2% a 3% da população mundial) estão infectadas pelo vírus HVC. No Brasil, o boletim epidemiológico de hepatites virais do Ministério da Saúde aponta, entre 1999 e 2009, 132.950 casos suspeitos notificados e 60.908 confirmados. Estudos brasileiros demonstram uma prevalência de 1% a 2% da população, com estimativa entre dois a quatro milhões de infectados. Um dado de alerta, que também preocupa os médicos, refere-se ao fato de que mais de 50% dos infectados evoluirão para a forma crônica da doença e, destes, 25% terão cirrose hepática e/ou câncer de fígado. Para tornar a estatística mais clara, é bom saber que, no Brasil, 56% dos casos de câncer de fígado estão associados ao HVC, com taxa de mortalidade perto de 90% em grandes centros urbanos.

Exames necessários para descobrir a hepatite C genótipo 1 e presença de
fibrose e/ou cirrose hepática
- sorologia (anti-HVC), se positivo ->
- PCR HVC RNA qualitativo, se detectável ->
- PCR HVC RNA quantitativo e genótipo para HVC ->
- se genótipo 1, monoinfectado -> biópsia hepática
- complementar a avaliação com exames de sangue, urina e ultrassom de
abdômen.

Fonte: Janssen  Farmacêutica

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