quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Esculturando os pedacinhos

Acabei de checar meu email e recebi mais um textinho que meu pai escreveu para o Lucca (leia o texto na íntegra em "Meu pequeno Peter Pan", por Vovô Edilberto). Por mais que eu venha bem sensível nos últimos dias, abri segura de mim, longe de pensar que borraria a maquiagem...

Mas, na quarta ou quinta linha já senti uma dificuldade incrível de prosseguir sem me despedaçar. Sei lá, o tempo passa, a rotina se restabelece impávida, as coisas aos poucos retomam seus lugares. Só que tem um vazio que cisma em perdurar: o espaço do Lucca. Esse vazio que, ora se chama saudade, ora se chama dor, ora é como prego, ora como espada, ora como flor... nossa, esse vazio se aprofunda cada vez mais.

Ontem à noite eu estava conversando com uma amiga e falávamos sobre conceitos como 'prá sempre' e 'nunca mais'. E de que partidas como a do Lucca é que nos fazem entender o que esses eles, de fato, significam.

Nesses últimos 20 dias desde que Lucca ganhou suas asas, é como se eu desmoronasse por dentro um pouquinho cada vez que esbarro em um brinquedo, em um carrinho hotwheels dele, em um google daqueles que ele tinha uma coleção enorme, em um desenho que pintamos juntos... Uma lembrança, próxima ou longínqua, já é mais do que suficiente pra me corroer a alma.

Durmo e acordo e não consigo processar bem a informação desse 'prá sempre', desse 'nunca mais vou poder pegar meu Cucca no colo'.

E daí choro.

Não porque eu infira que isso vá resolver algo. Mas porque é o que encontro forças prá fazer. Porque a vontade mesmo é correr, gritar, segurar firme as rédeas da vida, pegar o relógio do tempo e fazer com que ele gire rápido, muito rápido, cada vez mais rápido -- no sentido anti-horário, claro! Se eu pudesse fazer isso, acreditem: eu faria! Ainda que eu saiba que a vida está escrita e que o fim poderia ser o mesmo. Não importa! Eu faria tudo de novo!

2 comentários:

Carla disse...

Luciana, trabalho aqui na In Press e nos falamos na época da Moksha. Acompanhei toda a história e hoje choro cada vez que leio o seu blog. Engraçado, mesmo sem conhecer..tenho saudades do Lucca!!
Mas, ele, sem dúvida, alguma deve estar lá em cima com o peito aberto e com muito orgulho da mãe que tem. Vc é especial demais! Lutou e luta sempre. Sua força é invejável e seu choro totalmente compreensível. Sou mãe e posso imaginar tudo isso!
Continue lutando, amando seus filhos! Vc é especial!
Grande beijo,
Carla Marcondes

Olá, sou a Kiki. Mulher, mãe e esposa, que observa os pequenos detalhes do dia-a-dia para compartilhá-los com vocês! disse...

Amiga, fiquei feliz em ler o blog... não pare! Força sempre e sei que vc terá! Bj enormeeeee! Cris