Durante nossa visita de rotina ao ambulatório do Einstein, hoje pela manhã, ganhei um dos presentes mais valiosos dos últimos tempos: o hemograma do Lucca trouxe a maravilhosa confirmação de que as plaquetas dele finalmente 'pegaram'!!!
O que isso quer dizer??
Para que um paciente se submeta a um transplante de medula ou de células de sangue de cordão umbilical, é indispensável que ele tenha os seus próprios componentes sanguíneos suprimidos, em especial os glóbulos brancos -- que são as células de defesa do organismo -- para evitar que eles 'ataquem' as novas células infundidas por entenderem que são como corpos estranhos.
Nesse processo, que é feito por meio da quimioterapia, muitas mudanças acontecem no corpo. E até que a nova medula volte a produzir células de sangue, é comum que o paciente passe um bom tempo com número super reduzido de leucócitos (glóbulos brancos), hemácias (glóbulos vermelhos) e também de plaquetas (que são as células de sangue responsáveis pelo processo de coagulação, ou seja, a prevenção contra hemorragias).
A primeira grande vitória no período pós-transplante dá-se quando o organismo volta a produzir leucócitos em quantidade acima de 1000/mm3. No caso do Lucca, isso aconteceu no dia 15 de abril, 27 dias após a data do transplante. Graças a isso, ele pôde receber alta médica da unidade de TMO na semana seguinte.
Suas plaquetas, contudo, permaneciam instáveis, precisando de transfusões para se manterem acima do limite de 20.000/mm3. Foram 19 bolsas de plaquetas que Lucca recebeu desde a internação, sendo a última delas realizada em ambulatório no dia 22/5, uma sexta-feira.
Na segunda seguinte, quando voltamos ao ambulatório respeitando o cronograma de visitas de rotina, seu hemograma apontou 29.000/mm3. Na consulta seguinte, dois dias depois, eram 23.000/mm3 plaquetas. E hoje, para nossa felicidade, o exame trouxe 27.000/mm3. Ou seja, em três exames seguidos, as plaquetas se mantiveram acima do limite de 20.000/mm3 sem realização de transfusão. Dados suficientes para afirmar que as plaquetas pegaram, isto é, que o organismo do Lucca, por meio de sua nova medula, voltou a produzir sozinho plaquetas suficientes.
Sabemos que ainda há muitos passos pela frente, muitas etapas a serem vencidas. Mas vivenciar essa vitória hoje tem um significado todo especial: é como se a vida desse provas concretas de que as coisas estão caminhando, que não estagnaram, que há futuro (um belo futuro!) pela frente, que, aos poucos, o rio retoma seu curso....
Falo com o coração mesmo: hoje eu estou muito, muito mas muito feliz!!
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