quinta-feira, 16 de abril de 2009

'Pega medular' no transplante com células de cordão tende a ser mais lento e mais instável

Assim como já foram realizados vários estudos que atestam a eficiência do sangue do cordão umbilical (SCUP) para transplantes de medula óssea, muito ainda se discute sobre as vantagens e desvantagens de sua utilização.

O fator mais sensível diz respeito ao volume limitado e ao pequeno número de células-tronco que conseguem ser estraídas do SCUP, o que limita seu uso a um transplante de crianças ou de um adulto pequeno, com não mais do que 50kg de peso corpóreo.

Outro agravante é que as células do cordão umbilical geralmente levam muito mais tempo para se enxertar no organismo do receptor (ou seja, nesse caso, a 'pega medular' costuma demorar até 10 ou 12 dias a mais para acontecer quando comparado a tempo médio da pega após um procedimento de TMO no qual são utilizadas células coletadas diretamente da medula óssea do doador, que geralmente ocorre a partir do dia D+21 ou D+28 -- 21 a 28 dias depois da data da infusão). Com isso, o paciente acaba ficando mais exposto a riscos de contrair infecções, o que exige atenção redobrada quanto à higiene e à limitação de visitas, por exemplo.


Gráfico ilustrativo com esboço do que seria a curva de evolução da pega medular com células de medula versus células de SCUP


Mas há vantagens e elas são bastante significativas:

  • a primeira delas é o fato de o material estar disponível de imediato;
  • como são células mais jovens, a compatibilidade entre doador e receptor pode ser de até 65%, enquanto no transplante de células de medula, a compatibilidade tem de ser de 100%;
  • as células do cordão costumam provocar menos reações e efeitos colaterais no transplantado, justamente por serem células mais jovens, portanto com mais flexibilidade de se adaptarem ao novo organismo.
Uma pesquisa bastante interessante vem sendo desenvolvida na Universidade de Rush, nos Estados Unidos, pelo Dr. Kent W. Christopherson II, por enquanto apenas em animais. O estudo avalia a célula CD26, uma pequena enzima inibidora que melhora o direcionamento das células-tronco do doador para a medula óssea do paciente -- passo essencial para ocorrer a 'pega medular'. O objetivo é reunir subsídios suficientes para intensificar cada vez mais o uso desse tipo de células.

Um comentário:

KARLA SARQUIS disse...

Fofa,

Depois dessas aulas nosso grupo pode passar lá na USP e pegar um diploma. Hoje em dia eu já discuto TMO até com médico...Obrigada por tantas informações. Depois de um dia deste só posso dizer que vc é absolutamente formidável :-))))

love

Karla