terça-feira, 29 de março de 2011

José Alencar morre aos 79 anos

Depois de quase 14 anos enfrentando uma luta incansável contra o câncer, o ex-vice-presidente José Alencar morreu às 14h41 desta terça-feira, 29 de março, aos 79 anos, por falência múltipla dos órgãos.

O corpo de Alencar será velado no Palácio do Planalto durante todo o dia, nesta quarta-feira (30/3), com direito a todas as honras de um chefe de Estado. A presidente Dilma Rousseff, que está em Portugal, cancelou todos os seus compromissos para antecipar sua volta e participar da cerimônia. A previsào é que o velório seja aberto ao público às 10h30.

Na quinta-feira, o corpo do ex-vice-presidente seguirá para Minas Gerais, seu estado natal, para ser velado no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte.


Batalha inglória
A luta de Alencar contra o câncer começou em 1997. Naquela época, após tratamento intensivo, ele venceu três tumores: um tumor na próstata, outro no rim e mais um no estômago. Em 2006, Alencar iniciou novo tratamento contra um câncer no abdômen, que começou na parte debaixo do intestino, espalhou-se para cima e atingiu as alças do intestino, causando a obstrução do órgão. Ele também tinha uma peritonite -- que é a inflamação da membrana que reveste o abdômen, provocada por uma perfuração no intestino. Foram várias sessões de quimioterapia e, ao todo, 17 cirurgias (na maior delas, ocorrida em janeiro de 2009, os médicos levaram 18 horas para retirar nove tumores no abdômen).

A última aparição pública de Alencar foi em 25 de janeiro deste ano. Depois de passar 33 dias internado, inclusive no Natal e no Ano Novo, o ex-vice-presidente deixou o hospital para ser um dos homenageados no aniversário de 457 anos da cidade de São Paulo. Ele foi condecorado com a Medalha 25 de Janeiro, instituída pela Prefeitura para ser entregue a pessoas que tenham contribuído com o município. Na ocasião, sentado em uma cadeira de rodas, com dificuldade de locomoção, emocionou a todos quando pediu desculpas por não poder discursar em pé. E, lembrando das mensagens de apoio que vinha recebendo, declarou: "Se eu morrer agora, está bom demais".

No inicio da tarde de segunda-feira, 28/3, Alencar foi internado pela última vez. Ele foi direto para a unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês em razão de fortes dores abdominais que, segundo os médicos, eram resultado da obstrução no intestino e da peritonite aguda.

Faleceu dez minutos depois....


História de sucesso
Fundador da empresa têxtil Coteminas e considerado um executivo bem sucedido, Alencar entrou relativamente tarde na vida pública. Ele disputou sua primeira eleição em 1994, mas foi derrotado. Quatro anos mais tarde, foi eleito senador por Minas Gerais, onde permaneceu até 2003, quando deixou o Senado Federal para assumir a vice-presidência da República. Sua atuação foi marcada pela seriedade, humildade, garra e, principalmente, pela determinação demonstrada em sua atuação nos dois mandatos do governo Lula.

Mas, mais do que político e empresário de sucesso, Alencar certamente será sempre lembrado pelo exemplo de homem e amor pela de vida que deu ao enfrentar a doença de forma tão firme e confiante.

“Eu não estou habituado as coisas fáceis, não. Sempre me deparei na vida com problemas difíceis e nunca deixei de enfrentá-los. Não seria agora que eu faria isso”, disse Alencar à imprensa há alguns meses.

E, quando perguntado sobre medo da morte, acrescentou: “Não posso pensar, de forma alguma, que possa acontecer qualquer coisa comigo sem que Deus queira. Se Deus quiser inclusive que eu morra é porque vai ser bom pra mim. Porque Deus não faz nada ruim contra ninguém. Eu não tenho medo disso”.


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Assistindo a cobertura jornalística sobre o falecimento de José Alencar, me emocionei toda vez que o vi falando da confiança que tinha em Deus e da certeza de que nada aconteceria sem que Ele quisesse. Algo muito parecido com que ouvi várias vezes meu Cucca dizer nas últimas semanas antes de ganhar suas asas de anjinho, há cerca de um ano e meio...

Na verdade, desde que o Lucca foi internado no Einstein pela primeira vez, em 09/3/2009, nunca falamos ou sequer cogitamos a hipótese de morte. Primeiro porque acreditávamos mesmo que tudo daria certo e que sairíamos de lá logo mais, de mãos dadas, prá mais anos e anos de muita risada e felicidade juntos.

Depois, porque -- e isso é mais mérito dele do que meu, confesso -- ele vivia conversando com o Papai do Céu e pedia tanto e com tanta fé, que sempre achamos que não poderia ser diferente.

Hoje, folheando as páginas desse passado, que ainda é tão recente, quero acreditar mais que nunca que é isso mesmo: que nada acontece por acaso. Que o Cucca veio pra escrever sua história, prá mudar (e ajeitar) o curso da minha vida prá sempre, e saiu de cena no auge do seu esplendor.

Quero acreditar que ele está lá, super de boa agora, e que, logo-logo, vai se encontrar com o Alencar (por que não?) e perguntar a ele porque o Lula ganhou a eleição DUAS vezes -- algo que ele nunca se conformou rs.....

Quero acreditar que ele está lá, serelepíssimo, fortão e gato como sempre, brincando e sendo feliz!

E que está olhando prá gente aqui, cuidando da gente aqui, prá sempre!

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