Num cenário em que a prevenção é a arma mais eficaz para evitar as doenças e/ou para evitar que se agravem, o Brasil ganha um ótimo motivo para comemorar.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar a nova vacina pneumocócica conjugada, que vai ampliar a cobertura contra casos de doença pneumocócica grave em crianças no país. Além de ser mais adequada à epidemiologia brasileira, a nova vacina também oferece proteção contra a meningite e a otite média aguda por pneumococo. No Brasil, o pneumococo tem alto impacto na saúde pública, com cerca de 1.500 casos de meningite, 20 mil casos de pneumonia hospitalizados e mais de três milhões de casos de otite média aguda registrados anualmente.
Distribuída pelo laboratório GlaxoSmithKline (GSK), a nova vacina pediátrica foi internacionalmente registrada como Synflorix™. É a primeira no mundo que inclui os sorotipos preconizados pela Organização Mundial de Saúde. Particularmente no Brasil, a aprovação representa um grande ganho, pois Synflorix amplia a cobertura contra casos de doença pneumocócica grave em crianças causada por sorotipos não cobertos pela vacina atualmente disponível.
“A nova vacina da GSK tem três sorotipos adicionais — 1, 5 e 7F —, além de sete outros sorotipos, e utiliza a proteína D do Haemoplilus Influenzae não tipificável (HiNT), o que representa uma tecnologia inovadora para as vacinas conjugadas”, diz Dr. Nervo Sanchez, Diretor Médico de Vacinas Brasil, lembrando que a expectativa de cobertura no Brasil é de 82,5% para os casos de doença pneumocócica invasiva — uma cobertura adicional de 12,5% em relação à vacina atualmente disponível.
A meningite por pneumococo já é a primeira causa de meningite em crianças menores de um ano de idade e está associada à letalidade de 27,5%. Dos sobreviventes, 40% desenvolvem sequelas neurológicas e 60% com perda auditiva. A pneumonia por pneumococo representa 20% das crianças hospitalizadas por esta doença e é uma das principais causas de mortalidade infantil nos países em desenvolvimento. A cada ano, 90 milhões de dólares são gastos apenas no tratamento das crianças hospitalizadas por esta causa.
A nova vacina também oferece proteção contra a otite média aguda por pneumococo. As bactérias podem ser responsáveis por até 70% dos episódios clínicos desta doença, sendo o S.pneumoniae e o Haemophilus influenzae não tipificável (HiNT) as causas mais comuns das otites bacterianas em todo o mundo. As infecções do ouvido médio estão entre os principais motivos de consultas médicas e de prescrição de antibióticos em pediatria. Estima-se que oito em cada dez crianças terão no mínimo um episódio de otite média aguda nos três primeiros anos de vida e cerca de um terço destas apresentarão infecções recorrentes do ouvido médio.
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