sexta-feira, 22 de maio de 2009

Lucca volta ao ambulatório do Einstein só para controles de rotina

Felizmente, hoje foi mais um dia em que ele está bem, estável e sem febres

Estivemos, Lucca e eu, no Hospital Albert Einstein hoje de manhã mas só para cumprir nosso cronograma de visitas regulares ao ambulatório oncológico, onde ele faz os controles de rotina para checar como estão suas contagens sanguíneas, níveis de eletròlitos, as enzimas do fígado e rins etc.

Permanecemos lá, contudo, por quase sete horas, porque ele recebeu a quarta dose do tratamento contra o adenovírus identificado em suas fezes desde quando ainda estava na Unidade de TMO. E cada infusão dessas exige pelo menos 4 a 5 horas de permanência no ambulatório já que Lucca recebe o cidofovir pelo catéter e mais duas bolsas de soro, uma antes outra depois, para minimizar o forte impacto sobre a função renal que tem esse remédio.

As duas ou três horas a mais que ainda ficamos foram por conta de mais uma bolsa de plaquetas que Lucca recebeu hoje. A transfusão foi feita em caráter preventivo já que ele amanheceu com apenas 22.000/mm3 plaquetas e, até seu próximo retorno, agendado para o início da semana que vem, muito provável seria ele apresentar um quadro de plaquetopenia, isto é, quando o organismo registra menos de 20.000/mm3 plaquetas no total e, com isso, fica muito exposto a riscos de hemorragias.

Os demais resultados de exames foram, no geral, bastante satisfatórios. Os leucócitos, por exemplo, hoje estão em 2.600/mm3, sendo que os neutrófilos representam quase 52% disso. Também os glóbulos vermelhos estão ótimos: 10,3 g/dl de hemoglobina (e ele não recebe transfusões de hemácias desde a semana passada).

Apenas o nível de potássio veio um pouco abaixo da média necessária, o que esticou nossa estada no ambulatório um pouquinho mais, porque ele ainda recebeu uma dose de reforço deste eletrólito pelo catéter antes de podermos voltar pra casa.

No mais, ele está bem, graças a Deus!
Ainda, vez ou outra, refere desconforto e/ou dor no estômago, náuseas e alguns quadros isolados e curtos de vômito. Mas, segundo a equipe médica que o acompanha, quando avaliados esses sinais dentro de um quadro geral dele, não se identifica motivos para preocupação. Ao que tudo indica, esses efeitos decorrem do fato de que ele está recebendo muito remédios juntos e por boca (para se ter uma idéia, ele toma diariamente mais de 20 comprimidos.... que passam pelo estômago.... que causam seus respectivos efeitos colaterais no organismo antes de cumprirem seus papéis principais...).


Nos últimos dias, Lucca tem reclamado bastante da grande quantidade de medicamentos que se vê obrigado a ingerir. E eu o entendo! É, sem dúvida, uma reclamação muito pertinente. É também uma forma de ele externar o quanto está cansado disso tudo. O que é mais do que normal. Saudável, até, eu diria!

Deixando a corujice de mãe de lado, meu filho, do alto dos seus apenas 8 anos, dá 'banho' em muito adulto.... Porque mesmo injuriado, ele é um paciente super comprometido com seu próprio tratamento. O que, sabemos, é um item fundamental para o sucesso final!

Quando essa pseudo-revolta dele vem à tona, o que procuro fazer é conversar bastante com ele, dizendo sobre quão importante é essa fase do tratamento. Também proponho que voltemos no tempo... E mostro o quanto já caminhamos, já evoluimos, onde já conseguimos chegar.... E que, certamente, logo, logo, essa será mais uma fase chata que terá ficado na memória apenas, que terá ficado para a história. História de um final prá lá de feliz!

Um comentário:

Mauricio Ghigonetto disse...

Ohayo-gozaimashita, Lucca Bushi! O-genki des ka?

Todos aqui na minha casa (eu, minha esposa Leticya e minhas filhas Vittoria de 8 anos e Giulia de 12 anos) ficamos muito contentes com sua volta para casa. Nada como nossa cama, nosso travesseiros, comidinha conhecida e gostosa. E seus irmãos para te "encherem" um pouquinho. Não é mesmo?

Continue firme aí, guerreiro! Pq de todas as batalhas vc só colecionou vitórias!

Vc já assistiu o filme O ULTIMO SAMURAI? Vc vai gostar... depois me conta o que achou.

Gambatte Kudasai!

Hai...

Mauricio