Lucca receberá nova transfusão de plaquetas

Essa é a 16a bolsa que lhe será transfundida desde sua internação há dois meses


Por estar hoje com apenas 15.000/mm3 plaquetas, ou seja, 25% abaixo do limite mínimo aceitável, Lucca passará nas próximas horas por mais um procedimento de transfusão de plaquetas. Como já comentei em vezes anteriores, isso é fundamental para impedir que ele fique vulnerável a hemorragias que são causadas pela plaquetopenia (deficiência de plaquetas no organismo).

A última bolsa que ele recebeu até então foi transfundida no último sábado, 09/5, pela manhã, quando voltamos ao ambulatório oncológico do Einstein para as visitas de rotina. Naquele dia, Lucca estava com 26.000/mm3 plaquetas e, mesmo acima do limite de 20.000/mm3, a decisão pelo procedimento foi tomada por se tratar de um final de semana.

Naquele mesmo dia, à noite, ele registrou a febre alta de 38,7oC e, assim que foi reinternado, nova coleta de sangue foi realizada. O resultado, liberado às 21h43, apontou um crescimento grande, como esperado, para 97.000/mm3. De lá pra cá, os totais voltaram a cair para 70.000 (10/5), 43.000 (11/5), 25.000 (12/5) e 15.000 (hoje). Isso definitivamente não preocupa a equipe médica. Segundo a Dra Juliana Folloni, só mostra que a nova medula do Lucca ainda não está produzindo plaquetas normalmente, o que é absolutamente previsível e considerado normal, em especial em transplantes com células de cordão umbilical, como o dele.

Na verdade, o foco dos médicos está mais direcionado nesse momento para esclarecer a real causa da hemólise (quebra celular) que está ocorrendo no organismo do Lucca -- e que explica as febres recentes, os sinais de infecção, a presença de células vermelhas na urina dele dias atrás.

Eles ainda mantêm a aposta de que está ocorrendo a troca das células vermelhas AB+, originais do sangue do Lucca, por novos glóbulos, provenientes do sangue do cordão doado. A eventual presença de algum antígeno que tenha passado despercebido no processo de triagem da última bolsa de plaquetas infundidas talvez tivesse interferido mais fortemente para que esse processo ocorreresse.

Ainda não é possível afirmar nada. O que se tem de concreto é que o exame que mede a desidrogenase láctica (e, por sua vez, demonstra a ocorrência de hemólise) está baixando a cada dia -- efeito bastante positivo. No domingo, o DHL do Lucca havia subido vertiginosamente para 3245 U/L, no dia seguinte já eram 1688 U/L e ontem chegou a 968 U/L.