De volta ao Einstein.... :o(

Nossa consulta hoje no ambulatório do Einstein para a coleta rotineira de exames estava marcada para o meio-dia. Acordamos, nos arrumamos e seguimos prá lá. Quer dizer, prá cá. Sim, porque Lucca teve de ficar por aqui.... Ele voltou a se internar como medida de preucaução recomendada pelo Dr Nelson Hamerschlak e Dra Juliana Folloni Fernandes.

Comentei com eles que Lucca passou um final de semana tranquilo, sem apresentar febres e diarréias nem referir desconfortos graves. Contudo, uma dor na panturrilha esquerda, que se intensificou bastante de ontem à noite prá hoje, chamava a atenção. Mesmo apresentando temperatura corpórea sem grande elevação, os mpedicos haviam comentado que esse poderia ser um sintoma de infecção.

Não estava nada confirmado mas os médicos optaram pela reinternação para melhor avaliar o quadro de saúde do Lucca.

Racionalmente, eu sabia que isso era passível de acontecer. E, também, concordo plenamente com a estratégia de 'pecar pelo excesso do que pela falta'. Além do mais, confio plenamente na capacidade e no bom senso do Dr Nelson, da Dra Ju e de toda a equipe. Portanto, reinterná-lo era mais do que apropriado.

Mas, é impossível negar, nem florear: emocionalmente, me senti um lixo! Frustrada! Assinar aqueles papéis da internação hoje à tarde foi algo muito dolorido de se fazer. Era como se eu tivesse levado uma rasteira, daquelas bem doloridas. Me esforcei muito prá enxergar apenas pelo lado positivo, no quão bom é eu ter o Einstein pra trazer o Lucca, ter médicos competentes cuidando dele, ter a possibilidade de agir preventiva e/ou precocemente.

Ao mesmo tempo, contudo, era como ter de voltar, dar passos prá trás, cair de novo.... Cair fundo. Foi inevitável me sentir sem força pra levantar....

Conscientemente, eu sabia que tinha feito tudo certo, que tinha cuidado dele com todo o zelo. Mas no coração, de mãe, lá dentro, lá no fundo, a sensação de um certo ou pseudo fracasso insistiu em dar as caras.....

Afora o 'efeito-dominó' que um baque assim acabou causando. Voltar ao hospital era também como voltar a não ter controle da vida, voltar a postergar o momento de estar de novo com meus três filhotes em casa.... Porque não era muito mais do que isso que eu desejava. Eu só queria retomar nossa rotina normal. Ter o Lucca, Marcco e Marcella, juntos, cheios de saúde e de vida correndo pela casa. Poder arrumar um novo emprego, cuidar das contas de casa, cuidar das crianças, resolver a questão do plano de saúde. Pra poder ter um mínimo de paz, de tranquilidade. Pra poder voltar a respirar relaxada um pouquinho que seja -- de novo estou correndo contra o tempo... (nosso plano de saúde tem mais 30 e pouquinhos dias de validade apenas.....).


LEUCOS E AFINS
Nesse novo turbilhão, nem tudo são espinhos. Uma boa notícia: as contagens sanguíneas de hoje, colhidas 48 horas após a última, estão bastante estáveis. Os leucócitos do Lucca voltaram a subir: somam 3600/mm3 nesta segunda, e destes, 2959/mm3 são neutrófilos -- o que é uma ótima notícia, afinal estão aumentando sozinhos, já que ele não toma Granulokine® (o medicamento que estimula a produção de glóbulos brancos) desde quinta-feira passada, um dia antes de receber alta da UTMO (unidade de Transplante de Medula Óssea).

Os níveis dos principais eletrólitos (cálcio, potássio, magnésio, sódio, fósforo e sódio) também estão estabilizados e dentro ou bem próximos dos valores de referência. A creatinina está em 0,7 mg/dl (dentro da escala normal que vai de 0,3 a 1) e a uréia, que estava elevada, baixou significativamente de 71 mg/dL no dia 25 para 44 mg/dL hoje (índices normais são os que estão entre 8 e 38 mg/dL).


PARTE CHEIA DO COPO
De novo é no colo dos meus amigos e na garra do Lucca que recarrego minhas baterias. De novo estou aqui brigando comigo mesma prá continuar pensando só de forma otimista. Tentando não esquecer daquilo que sempre me lembro: que nada nessa vida é por acaso! Olhando o quanto de água há no copo ao invés de me lastimar pela parte vazia dele...

Tata, Ju, minha mãe, meu pai... obrigada por serem quem são.
Má R.... teu ombro e teu carinho fizeram toda a diferença num momento como este.
Sil, Edu, Karlinha, Mi, Cris... como vou agradecer por me darem colo de novo? Por me ouvirem falar tanto, chorar tanto, por me levantarem de novo?

Ok, vejamos isso tudo apenas como um round perdido no meio de uma batalha em que felizmente já colhemos (e ainda iremos colher!) tantas vitórias lindas. Como um saculejo do destino pra dar uma apimentada, um toquezinho de emoção. Daqueles próprios prá quebrar o marasmo rs.....

São pouco mais de 10h da noite. Lucca voltou há pouco de uma exame de tomografia de torax e seis da face pedido pela Dra Juliana. Acabou de bater um pratão de Pizza Hut que ele estava com vontade de comer desde ontem hehehe....... Disse que a dor na batata-da-perna está melhorando. Continua sem febre a despeito do exame de PCR colhido de tarde ter vindo com resultado um pouco acima do normal (um princípio de infecção não-grave talvez). No geral, estpa com uma carinha mais disposta. E é isso que realmente importa.

Se estamos aqui, é porque isso é o melhor prá ele nesse momento. Que essa volta pode até ser um passo prá trás, mas daqueles que a gente dá pra ganhar impulso e poder seguir em frente com mais força, mais solidez, mais vivacidade -- como costuma dizer uma querida amiga minha.

Vira e mexe, ainda choro aqui. Mas já estou chorando menos. Porque estou me forçando a pensar que amanhã será um novo dia. E que será melhor. Porque Deus sabe o que faz. E os médicos também.