Hoje foi mais um dia daqueles especiais, que ficarão marcados prá sempre. Marcados na memória, no coração, no sorriso dos meus filhotes. Pela primeira vez desde que cruzou ontem as portas do Einstein para voltar pra casa, Lucca reencontrou seus irmãos, Marcco e Marcella. Ele havia pedido pra guardarmos segredo até que pudesse ir visitá-los na casa da vovó Altiva, onde ficaram esses 46 dias em que Lucca esteve internado no hospital.
Chegamos lá por volta de 2h da tarde. Os dois pequenos estavam batendo papo na cozinha. Lucca quis entrar na frente, chegar de mansinho, pegá-los desprevenidos. Pra fazer surpresa mesmo. Carregava um sorrisão sem tamanho que misturava alegria e sapequice. Por trás do batente, só fez esticar o braço pra ver se os irmãos notavam sua presença. E eles notaram. Correram na direção na porta, os dois, e quando se depararam com o irmão, fizeram a carinha mais linda que já pude ver. Estavam de fato emocionados, eles, grandes, maduros, em seus não mais que 5 e 7 anos. Deixaram-se levar pela emoção pura!
O Marcco, mais 'na dele' como geralmente é, jogou a sizudice fora e deu um abração no Lucca, rápido mas intenso. A Lellinha, toda carinhosa, num ímpeto, foi agarrá-lo prá beijá-lo no rosto, recuou (talvez lembrando das vezes que lhe contei que esse contato físico poderia passar um monte de bichinhos pro Lucca) e não se contentou de alegria quando eu lhe disse que ela poderia sim dar um beijão no irmão -- rapidinho que fosse, mas eu sabia o quanto aquilo era muito importante naquele momento..... prá todos nós.
Eles se entreolharam um tempão. Riam à toa. Estava nítido. Parecia que queriam rechecar cada pedacinho do corpo do Lucca. A saudade era enorme. Da parte dos três!
Nesse tempo todo, eles se falaram diariamente pelo telefone mas, se verem pessoalmente, isso infelizmente não podia ser tão corriqueiro, pela segurança do Lucca.
Mesmo assim, o Marccão e a Lellinha estiveram com o Lucca lá no Einstein em três dias diferentes: uma logo no primeiro final de semana depois da internação, um dia antes de Lucca começar a receber o medicamento ATG (depois disso, as visitas ficaram absolutamente restritas por conta da baixa brutal no sistema imunológico dele); a outra ocorreu quando a Marcella foi pra lá pra fazermos sua Ressonância Magnética de Crânio; e a última na sexta-feira antes da Páscoa, quando levaram um ovo de chocolate pro Lucca e depois sairam comigo pra passarmos uma tarde inteira juntos.
A distância foi de fato muito dolorida pra eles três. E, prá mim, mais ainda. Porque eu queria mesmo era todos pertinho, juntos, brincando, brigando até (ah, isso faz parte hehehe.....). Porque se há algo que sempre incentivei é que eles sejam amigos acima de tudo. Que estejam próximos e unidos sempre. Que se amem e se cuidem mutuamente a despeito de qualquer adversidade. Porque isso é uma das coisas mais maravilhosas que aprendi com minha mãe e que felizmente mantenho com minhas irmãs, que amo tanto. Que amo mesmo. A despeito de qualquer adversidade!
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